terça-feira, dezembro 25, 2007

GHC concede licença-maternidade de 180 dias

A partir de 2008, 5.019 trabalhadoras do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) terão direito a 180 dias de licença-maternidade. A diretoria do GHC fechou acordo coletivo de trabalho esta semana que garante a prorrogação do benefício. O acordo foi fechado com a Mesa Permanente de Negociações do GHC, composta por representantes de 14 sindicatos e os oito membros da gestão.
O documento terá vigência de um ano a contar de 1º de janeiro podendo ser renovado.

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Fim da CPMF pode prejudicar combate à violência contra mulher, diz Nilcéa

As ações de combate à violência contra as mulheres podem ser prejudicadas por causa do fim da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), de acordo com a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire.
O Senado rejeitou a proposta de prorrogação do chamado imposto do cheque e, com isso, a CPMF deixa de vigorar a partir de 1º de janeiro de 2008.
A ministra não descartou a possibilidade de revisão dos recursos destinados ao Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. A previsão do governo era destinar cerca de R$ 1 bilhão para o programa até 2011.
"Esses recursos estão garantidos no PPA (Plano Plurianual) e na proposta orçamentária de 2008. Vamos ver o que vai acontecer agora, se haverá necessidade de readequação do Orçamento de 2008 a partir da negativa do Senado da permanência da CPMF".
De acordo com ela, os recursos para o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres serão executados não só pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, mas também por outros órgãos do governo que adotarão medidas contra a violência, como Ministérios da Saúde e da Justiça.
Em entrevista a emissoras de rádios parceiras da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a ministra disse que "infelizmente" faltou compreensão do Senado.
"Eu lamento profundamente a derrota ou a não-compreensão dos senadores que votaram contra a CPMF ontem. Evidentemente quando os recursos que estavam destinados à área de saúde faltam, algum prejuízo podemos ter. Fomos enfáticos, o governo, em alertar o Senado neste sentido", afirmou.
Nilcéa Freire ressaltou que a rejeição da CPMF não significa prejuízo ao governo, mas à sociedade brasileira. "O presidente Lula já está, eu tenho certeza, neste momento, em conjunto com a coordenação política, econômica, financeira do governo, pensando uma alternativa para superar a incompreensão que alguns senadores tiveram ontem pensando que com a não-votação da permanência da CPMF estavam prejudicando o governo do presidente Lula e não prejudicando a população e a sociedade brasileira", disse.
Fonte: Portal PT (www.pt.org.br)

terça-feira, dezembro 18, 2007

Retrocesso no direito das mulheres

A criminalização do aborto voltou a ser tema de debate em Brasília (DF). A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados discutiu nesta quinta-feira (13), o projeto de lei que cria o Estatuto do Nacituro, que entre outros pontos, proíbe a possibilidade de aborto em caso de estupro. O projeto prevê a criação de uma pensão alimentícia para as crianças nascidas de tal ato de violência. Se o Estatuto for aprovado, o aborto passará a ser considerado um crime hediondo.
O aborto já é proibido no Brasil, menos para as mulheres vítimas de estupro. Segunda a assessora técnica do Centro Feminista de Estudos e Assessoria, Kauara Rodrigues, o projeto é absurdo porque s não leva em conta a figura da mulher e a autonomia feminina.
“O projeto viola completamente a dignidade humana das mulheres, não reconhece seus direitos reprodutivos e sexuais, e transforma a mulher em um mero meio de um processo reprodutivo, ignorando a sua autonomia e a sua vontade.”
O projeto é de autoria dos deputados Luiz Bassuma (PT- BA) e Miguel Martini (PSB-MG). Kauara afirma que os deputados já possuem um histórico de defesa de projetos que visam o fim de direitos já conquistados pelas mulheres.
“A atual legislatura no Congresso Nacional é muito conservadora e muito fundamentalista. Esses parlamentares são ligados às suas religiões e às suas crenças morais e tão tentando legislar a partir dessas convicções.”

De São Paulo, da Radioagência NP, Juliano Domingues.
14/12/07

sábado, dezembro 15, 2007

Violação de Direitos Humanos

Estamos lá, naquela cela, por Marcos Rolim*

A corregedora da Polícia do Pará, senhora Liane Martins, encarregada de apurar a responsabilidade dos policiais pelo encarceramento de uma adolescente com mais de 20 homens, declarou não ver razões para demissões. Segundo ela, os policiais foram "induzidos a erro", porque a adolescente não revelou sua idade. Na entrevista (FSP, 6/12), a corregedora repetiu o chefe de Polícia, afirmando que a jovem tem "algum problema psíquico". Pois bem, a governadora do Pará poderia começar a limpeza em suas polícias, demitindo a corregedora e todos os policiais que trabalharam naquela delegacia e que nada fizeram para evitar a tragédia. Seriam atos importantes para a proteção do povo do Pará e em favor das polícias, instituições que não merecem ser freqüentadas por zeladores de estupro. O Poder Judiciário e o Ministério Público deveriam adotar a mesma medida, livrando-se, respectivamente, da juíza que permitiu a situação abusiva e dos promotores que teriam visitado a carceragem sem tomar qualquer providência.
Até aqui, estamos todos de acordo (está bem, quase todos...). O problema é que o caso é significativo demais para que a análise pare onde deveria começar. Via de regra, quando solicitamos com muita ênfase a punição dos responsáveis por algo que afronta nosso senso moral, o fazemos também para protestar nossa inocência. Assim, dizemos para nós mesmos: "Não somos responsáveis por isso". O mal, para variar, é aquilo que está fora de nós, ou, para lembrar Sartre, o "inferno são os outros". Em março deste ano, relatório preparado pela Pastoral Carcerária Nacional, pelo Centro de Justiça e Direito Internacional e pelo Grupo de Estudos e Trabalho Mulheres Encarceradas foi apresentado à OEA, denunciando casos de abusos sexuais contra presas em cinco Estados brasileiros; inclusive, por agentes penitenciários. Você sabia disto? Aposto que não. Ocorre que quase toda a mídia brasileira simplesmente ignorou o relatório e nenhum veículo se deu ao trabalho de checar as denúncias. Aliás, vamos combinar, notícias sobre violação dos direitos humanos em presídios não são, exatamente, matéria de interesse no Brasil. Já o rebaixamento do Corinthians ou o último capítulo da novela das oito...
Agora imagine que não estivéssemos tratando do estupro de uma adolescente, mas da curra de um jovem de 18 anos, preso em uma galeria com outros 200 homens, no Presídio Central, em Porto Alegre. O fato despertaria a indignação de quantos brasileiros? Teríamos manchetes? Alguém estaria disposto a investigá-lo seriamente e a demitir os responsáveis? Pois bem, é sobre esta indiferença que o caso de Abaetetuba se tornou possível. Estamos naquela cela no Pará, então, de alguma forma. Todos nós.
PS - Em minha última crônica, lembrei que o nazista Goering considerava a idéia dos direitos humanos coisa de "afeminados". Alguns dias depois, o deputado Marcos Abrahão afirmou que o inspetor da ONU, Philip Alston, relator para o tema de execuções sumárias em diligências no RJ, só podia ser uma "bicha daquelas bem arrependidas". O deputado foi apontado como suspeito de ter sido mandante do assassinato do deputado Valdeci Paiva de Jesus, cuja morte permitiu que ele assumisse uma vaga na AL/RJ. Ex-policial militar, este cidadão teve 37 mil votos e avalia que, na próxima eleição, terá 100 mil eleitores. É bem possível.


Jornalista

terça-feira, dezembro 04, 2007

Governo Lula agenda para 2008 primeira conferência nacional GLBT

Em decreto publicado na última quarta-feira, dia 28, o governo Lula agendou para maio do ano que vem a I Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais, que será presidida pelo secretário de Direitos Humanos Paulo Vannuchi. O tema da conferência será “Direitos Humanos e Políticas Públicas: o caminho para garantir a cidadania de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais”.
Segundo Julian Rodrigues, do Instituto Edson Neris e membro da Comissão Organizadora Nacional por indicação da ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis, Transexuais e Bissexuais), a conferência é fruto de reivindicações da própria sociedade civil organizada e também do amadurecimento das políticas públicas de afirmação da cidadania GLBT, que vem sendo realizadas pelo governo federal desde o lançamento do programa Brasil sem Homofobia, em 2004.
"A conferência agora é fato, não tem mais volta. Vamos arregaçar as mangas e construí-la em todos os Estados, mobilizando o maior número possível de membros da nossa comunidade, discutindo direitos e políticas públicas afirmativas", diz o ativista.
O evento, que ocorre em Brasília, contará com a participação de delegados do poder público (executivo, legislativo e judiciário), e representantes da sociedade civil, na proporção de 40% para o primeiro grupo e 60% para o último.
"Há países com legislação e políticas mais avançadas, mas será a primeira vez que um governo federal convoca uma ampla Conferência, com participação majoritária do movimento organizado, para definir um plano nacional de políticas públicas para cerca de 10% da população, historicamente relegados ao preconceito e à discriminação", comenta Julian Rodrigues.

sábado, novembro 17, 2007

Partido contesta cota de candidaturas para mulheres

O Partido Social Cristão (PSC) entrou com Ação Direta de Inconstitucionalidade, no Supremo Tribunal Federal, contra o percentual de homens e mulheres para registro de candidatura nas eleições.
O artigo 10 da Lei 9.504/97 prevê que cada partido poderá registrar candidatos para a Câmara dos Deputados, Câmara Legislativa, Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais, até 150% do número de lugares a preencher. O parágrafo 3º dispõe: “Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou coligação deverá reservar o mínimo de trinta por cento e o máximo de setenta por cento para candidaturas de cada sexo”.
Para o partido, o parágrafo 3º, fere o inciso I, artigo 5º, da Constituição Federal, que estabelece direitos iguais para homens e mulheres. O presidente do PSC, Vítor Nósseis, afirma que desde que a Lei 9.504 foi criada, os partidos políticos “têm lutado contra uma miríade de dificuldades para atender tal dispositivo inconstitucional, que tem ocasionado sempre um prejuízo irreversível à obtenção de votos em seus candidatos e legendas, dificultando ainda mais a consecução de seus quocientes eleitorais e turvando com exigências descabidas a vontade popular”.
Segundo a ADI, o PSC “ficará irremediavelmente prejudicado, quando do registro de candidaturas para as próximas eleições municipais, se não tiver atendido a exigência inconstitucional e inoportuna da norma argüida”. De acordo com Nósseis, “prevalecendo o critério individualista e subjetivista do critério geral e coletivo da lei, ter-se-ia que substituir a letra constitucional, mudando-lhe os princípios fundamentais e estabelecendo novas regras para atender generalidades absolutamente incompatíveis com os princípios naturais e jurídicos de um estado democrático e de direito”. O relator da ADI é o ministro Eros Grau.

segunda-feira, novembro 12, 2007

Ana Maria Braga e as mentecaptas feministas

DESABAFO - MULHER MODERNA
"São 6h... O despertador canta de galo e eu não tenho forças nem para atirá-lo contra a parede...
Estou tão cansada... não queria ter que trabalhar hoje... Queria ficar em casa, cozinhando, ouvindo música, cantarolando, até...
Se tivesse filhos, gastaria a manhã brincando com eles, se tivesse cachorro, passeando pelas redondezas.. .
Aquário? Olhando os peixinhos nadarem... Se eu tivesse tempo... gostaria de fazer alongamento. ..
Brigadeiro.. .
Tudo menos sair da cama e ter que engatar uma primeira e colocar o cérebro pra funcionar.
Gostaria de saber quem foi a mentecapta, a infeliz matriz das feministas que teve a estúpida idéia de reivindicar direitos de mulher... queria saber PORQUE ela fez isso conosco, que nascemos depois dela...
Estava tudo tão bom no tempo das nossas avós... elas passavam o dia a bordar, trocar receitas com as amigas, ensinando-se mutuamente segredos de
molhos e temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas dos maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, colhendo
legumes das hortas, educando as crianças, frequentando saraus, ENFIM, a vida era um grande curso de artesanato, medicina alternativa e culinária.

Aí vem uma fulaninha qualquer que não gostava de sutiã nem tão pouco de espartilho, e contamina várias outras rebeldes inconsequentes com idéias
mirabolantes sobre 'vamos conquistar o nosso espaço'!!!
Que espaço, minha filha??? Você já tinha a casa inteira, o bairro todo, o mundo aos seus pés.
Detinha o domínio completo sobre os homens, eles dependiam de você para comer, vestir, pra tudo!!!
Que raio de direitos requerer?
Agora eles estão aí, são homens todos confusos, que não sabem mais que papéis desempenhar na sociedade, fugindo de nós como o diabo foge da
cruz...
Essa brincadeira de vocês acabou nos enchendo de deveres, isso sim. E nos lançando no calabouço da solteirice aguda.
Antigamente, os casamentos duravam para sempre, tripla jornada era coisa do Bernard do vôlei - e olhe lá, porque naquela época não existia Bernard
do vôlei.
POR QUE???..me digam PORQUE um sexo que tinha tudo do bom e do melhor, que só precisava ser frágil, foi se meter a competir com o macharedo? Olha o
tamanho do bíceps deles, e olha o tamanho do nosso. Tava na cara que isso não ia dar certo!!!
Não agüento mais ser obrigada ao ritual diário de fazer escova, maquiar, passar hidratantes, escolher que roupa vestir, e que sapatos combinar, que
acessórios usar... tão cansada de ter que disfarçar meu humor, que sair sempre correndo, ficar engarrafada, correr risco de ser assaltada, de morrer atropelada, passar o dia ereta na frente do computador, com o telefone no ouvido,
resolvendo problemas que nem são meus!!!
E como se não bastasse, ser fiscalizada e cobrada (até por mim mesma) de estar sempre em forma, sem estrias, depilada, sorridente, cheirosa, com as
unhas feitas, sem falar no currículo impecável, recheado de mestrados, doutorados, e especializações (ufffffffffffffffff ff!!!!!!! ).
Viramos supermulheres e continuamos a ganhar menos do que eles... Não era muito melhor ter ficado fazendo tricô na cadeira de balanço?
CHEGAAAAAAA! !!
... eu quero alguém que pague as minhas contas, abra a porta para eu passar, puxe a cadeira para eu sentar, me mande flores com cartões cheios de poesia, faça serenatas na minha janela...
ai, meu Deus, já são 6:30,tenho que levantar!... , e tem mais, quero alguém que chegue do trabalho, sente no meu sofá, coloque os pés pra cima e diga
'meu bem, me traz um cafezinho, por favor?', descobri que nasci para servir.
Vocês pensam que eu tô ironizando? To falando sério! Estou abdicando do meu posto de mulher moderna....
Troco pelo de Amélia. Alguém se habilita?"

quarta-feira, novembro 07, 2007

Contraceptivos orais mais baratos

Anvisa autorizou dois laboratórios a produzirem genéricos. SMS promete ampliar a distribuição

Os primeiros anticoncepcionais genéricos poderão chegar às prateleiras das farmácias brasileiras ainda neste ano. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou ontem, por meio de ato publicado no Diário Oficial da União, dois laboratórios (Organon e Eurofarma) a produzirem as primeiras versões genéricas de quatro contraceptivos orais, que terão preços 35% menores do que o valor máximo cobrado pelas pílulas de marca. O mais barato, com 21 comprimidos, deverá custar menos de R$ 15,00.
No total, haverá a fabricação de anticoncepcionais em dez apresentações, em diferentes dosagens e quantidades de comprimidos. As quatro marcas que ganharão versões genéricas estão entre as 20 mais consumidas pelas mulheres brasileiras. A decisão de autorizar a produção e comercialização de anticoncepcionais orais foi anunciada pela Anvisa em março, depois de um processo de negociação que durou três anos. Até então, o genérico de contraceptivo oral não era permitido no país porque a metodologia utilizada para a dosagem não estava bem estabelecida. A regulamentação entrou em vigor em junho. A publicação no Diário Oficial, com a definição dos laboratórios responsáveis, oficializa a medida.
O medicamento genérico é uma cópia fiel do produto de marca, com o mesmo princípio ativo e fórmula. A medida integra as ações do governo para ampliar o uso de anticoncepcional, como a inclusão do produto entre os itens disponíveis nas farmácias populares.

Em Porto Alegre, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) distribui 25 mil cartelas de anticoncepcional oral por mês em farmácias distritais e postos. 'Com o custo barateado, por meio do genérico, conseguiremos ampliar o número de mulheres atendidas', ressaltou o coordenador da Assessoria de Assistência Farmacêutica da SMS, Juliano da Rocha.

Fonte: Correio do povo

terça-feira, novembro 06, 2007

Senado vota projeto sobre aborto no Uruguai

O Senado do Uruguai deve aprovar AMANHÃ um projeto de saúde sexual e reprodutiva que contempla a descriminalização do aborto./ A mesma iniciativa havia sido recusada em 17 de Outubro, quando QUINZE senadores votaram a favor e QUINZE contra./ Para ser aprovado e discutido na Câmara dos Deputados, o projeto precisa de pelo menos dos votos da maioria simples./ Um dos artigos do projeto estabelece que toda mulher tem direito a decidir sobre a interrupção da gravidez durante as primeiras DOZE semanas./ Para realizar o aborto, a mulher precisará descrever ao médico os motivos econômicos, familiares ou sociais que a levam a querer o aborto, para que ele não seja considerado crime./ Dados do governo uruguaio apontam que TRINTA MIL abortos ilegais são realizados por ano, resultando na média de DOZE mortes devido às condições inadequadas em que é realizada a maioria das intervenções clandestinas.//

terça-feira, outubro 30, 2007

Entrevista com Temporão

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, esteve em Porto Alegre e conversou com RSVIP sobre política, aborto e licença maternidade

MÉDICO X POLÍTICO

"A questão da saúde pública faz parte de toda a minha trajetória profissional. Com David Capistrano da Costa Filho e Sérgio Arouca pensava a saúde pública há muitos anos. Essa sempre foi minha prioridade e faz parte de tudo o que sempre acreditei. Seria um absurdo eu assumir uma postura burocrática, técnica ou só politicamente correta em relação ao que sempre defendi sobre saúde pública. Falo o que penso e sobre o que entendo. Se não entendo de um assunto, não falo. Qualquer comentário ácido que possam fazer às minhas posições eu aceito. Acredito em tudo o que digo, por isso tenho segurança e tranqüilidade. Seria muito confortável o ministro, que é um reformista da saúde, ficar de fora dos debates."
A LICENÇA MATERNIDADE
"E o filho está pronto em quatro meses para que a mãe saia? A mulher já é discriminada. A mãe terá mais tempo para o aleitamento. Está provada a importância do vínculo afetivo até um ano de vida para a formação do caráter e da personalidade da criança. Toda a política que venha a estimular isso é positiva. A mudança trará impacto na saúde pública. As mães de bebês que trabalham têm rendimentos discutíveis. Se desgastam, se estressam. A mudança garante um retorno mais tranqüilo."
LEI SECA
"Toda a política de redução de danos e de combate ao alcoolismo é essencial. O álcool causa problemas sociais graves, como violência familiar e urbana e as mortes por acidentes. Não apóio nada que seja moralista. Claro que o consumo moderado está ligado ao prazer. O problema é o uso abusivo, é preciso conscientizar e não ser hipócrita."
ABORTO
"Defendo que seja realizado o plebiscito e a sociedade decida. É preciso se informar, quebrar tabus. Quero ver o debate nacional. Em Portugal, o aborto perdeu. Nove anos depois, uma sociedade mais madura aprovou a lei. As pesquisas mostram uma grande rejeição. A visão do brasileiro é conservadora e existe uma postura opressiva da igreja. Só se consegue enxergar o problema quando se vive. Vamos enfrentar ou não? Ou podemos continuar fechando os olhos para as mulheres pobres que têm seqüelas emocionais e físicas seríssimas porque abortam do jeito que dá. As filhas adolescentes da classe média fazem abortos e fica tudo ótimo. Enquanto suas mães são totalmente contra."

domingo, outubro 21, 2007

Mulheres debatem Economia Solidária no RS

No próximo dia 27, mulheres do Rio Grande do Sul se reúnem para discutir alternativas de emancipação econômica e políticas públicas de gênero durante o seminário "Economia, Feminismo e Desenvolvimento". O evento ocorre na Casa dos Bancários, em Porto Alegre, a aprtir das 8h30. O diretor de Fomento da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes/MTE), Dione Manetti, fala às 14h sobre geração de trabalho para o público feminino, no mesmo painel que a delegada regional do Trabalho, Neuza Azevedo.A agricultura familiar, a concepção da economia feminista e os principios da economia solidária são outros temas da programação. Agentes e trabalhadores de empreendimentos acompanhados pelo Projeto de Promoção de Desenvolvimento Local e Economia solidária (PPDLES) participam das atividades.
Assessoria de Comunicação do PPDLESfernanda@fubra.unb.br

quarta-feira, outubro 17, 2007

Quando é preciso gritar

Nós, movimentos sociais, sindicatos, feministas e organizações não governamentais, que fazemos manifestações no Brasil e no mundo contra o agronegócio e as transnacionais, reafirmamos o 17 de outubro como o dia internacional de luta contra a pobreza e a violência sexista e a favor da soberania alimentar dos povos.

Nós, reafirmamos o nosso apoio e compromisso às ações contra o agronegócio da exploração, transgenia e agrotóxico, pois entendemos que as grandes transnacionais ferem os princípios da vida, saúde, autonomia dos povos quando explora o trabalho e o suor de mulheres e homens na busca desenfreada pelo lucro que o sistema capitalista tem imposto ao longo da história da sociedade.
A expansão do agronegócio e das grandes transnacionais pelo Brasil tem transformado as nossas terras em um deserto verde, tendo como resultado a desertificação e também, a conseqüente privatização da água, agravando ainda mais a crise ambiental, conseqüência do modelo de desenvolvimento onde o lucro e a ganância está acima da vida.
Estas empresas vendem a ilusão do progresso e de que a monocultura é o símbolo do desenvolvimento para nossa região. No entanto, o que percebemos é o Brasil subordinado à tirania do mercado internacional e ao agronegócio de exportação, baseado no uso intensivo de recursos naturais e na superexploração do trabalho.

Trabalho que, segundo indícios, algumas transnacionais instaladas, principalmente a DEL MONTE, têm utilizado o trabalho escravo como forma de aumentar ainda mais seus lucros. As mulheres são forçadas a realizarem o trabalho que antes era feito por animais. Submetendo-as a extensivas horas de trabalho, sem descanso algum, nem mesmo para fazer as necessidades fisiológicas. A falta de trabalho digno ocorre também em empresas da agroindústria e supermercados na cidade.
As mulheres são submetidas a esse tipo de trabalho, fruto de uma sociedade de mercado, que atribui poder e valor aos homens e desqualifica e inviabiliza o trabalho das mulheres.

segunda-feira, outubro 15, 2007

Lei Maria da Penha: inconstitucional não é a lei, mas a ausência dela

Em 22 de setembro, foi celebrado o aniversário de um ano de vigência da Lei 11340/06, a Lei "Maria da Penha", que, aprovada por unanimidade no Congresso Nacional, ineditamente criou mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, estabelecendo medidas para a prevenção, assistência e proteção às mulheres em situação de violência. Com a adoção da lei, rompeu-se o silêncio que acoberta 70% dos homicídios de mulheres no Brasil. Segundo a ONU, a violência contra a mulher na família é uma das formas mais insidiosas de violência dirigida à mulher, representa a principal causa de lesões em mulheres entre 15 e 44 anos no mundo e compromete 14,6% do Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina, cerca US$ 170 bilhões. No Brasil, a violência doméstica custa ao país 10,5% do seu PIB. No campo jurídico, a Lei Maria da Penha vem a sanar a omissão inconstitucional do Estado Brasileiro, que afrontava a Convenção sobre Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres – a Convenção CEDAW da ONU, ratificada pelo Brasil em 1984 e sua Recomendação Geral 19, de 1992, que reconhecem a natureza particular da violência dirigida contra a mulher, porque é mulher ou porque a afeta desproporcionalmente. Esta omissão afrontava também a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher – a “Convenção de Belém do Pará” – ratificada pelo Brasil em 1995. Note-se que, diversamente de várias dezenas de países do mundo e de dezessete países da América Latina, o Brasil até 2006 não dispunha de legislação específica a respeito da violência contra a mulher. Até então aplicava-se a Lei 9099/95, que instituiu os Juizados Especiais Criminais (JECrim) para tratar especificamente das infrações penais de menor potencial ofensivo e que, nos casos de violência contra a mulher, implicava naturalização deste padrão de violência, reforçando a hierarquia entre os gêneros e a subsequente vulnerabilidade feminina.Por força das referidas Convenções, o Brasil assumiu o dever de adotar leis e implementar políticas públicas destinadas a prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher. Neste mesmo sentido, o país recebeu recomendações específicas do Comitê CEDAW/ONU e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos/OEA, que culminaram no advento da Lei 11.340, em 07 de agosto de 2006 -- conquista histórica na afirmação dos direitos humanos das mulheres. Destacam-se sete inovações extraordinárias introduzidas pela Lei "Maria da Penha": mudança de paradigma no enfrentamento da violência contra a mulher; incorporação da perspectiva de gênero para tratar da desigualdade e da violência contra a mulher; incorporação da ótica preventiva, integrada e multidisciplinar; fortalecimento da ótica repressiva; harmonização com a Convenção CEDAW/ONU e com a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; consolidação de um conceito ampliado de família e visibilidade ao direito à livre orientação sexual; e, ainda, estímulo à criação de bancos de dados e estatísticas.Na contramão de tantos avanços históricos, todavia, foi proferida lamentável decisão pela 2a Turma Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que, em um retrocesso também histórico, declarou inconstitucional a Lei Maria da Penha, no último 27 de setembro. O argumento central é o de que a lei desrespeita os objetivos da República Federativa do Brasil, pois fere o princípio da igualdade, violando "o direito fundamental à igualdade entre homens e mulheres".A Constituição Federal de 1988, marco jurídico da transição democrática e da institucionalização dos direitos humanos no país, consagra, dentre os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, "promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação" (artigo 1o, IV). Prevê, no universo de direitos e garantias fundamentais, que "homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição". O texto constitucional transcende a chamada "igualdade formal", tradicionalmente reduzida à fórmula "todos são iguais perante a lei", para consolidar a exigência ética da "igualdade material", a igualdade como um processo em construção, como uma busca constitucionalmente demandada. Tanto é assim que a mesma Constituição que afirma a igualdade entre os gêneros, estabelece, por exemplo, no seu artigo 7o, XX, "a proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos". Se, para a concepção formal de igualdade, esta é tomada como pressuposto, como um dado e um ponto de partida abstrato, para a concepção material de igualdade, esta é tomada como um resultado ao qual se pretende chegar, tendo como ponto de partida a visibilidade às diferenças. Isto é, essencial mostra-se distinguir a diferença e a desigualdade. A ótica material objetiva construir e afirmar a igualdade com respeito à diversidade e, assim sendo, o reconhecimento de identidades e o direito à diferença é que conduzirão à uma plataforma emancipatória e igualitária. Estudos e pesquisas revelam a existência de uma desigualdade estrutural de poder entre homens e mulheres e grande vulnerabilidade social das últimas, muito especialmente na esfera privada de suas vidas. Daí a aceitação do novo paradigma que, indo além dos princípios éticos universais, abarque também princípios compensatórios das várias vulnerabilidades sociais.Neste contexto, a "Lei Maria da Penha", ao enfrentar a violência que de forma desproporcional acomete tantas mulheres, é instrumento de concretização da igualdade material entre homens e mulheres, conferindo efetividade à vontade constitucional, inspirada em príncípios éticos compensatórios. Atente-se que a Constituição dispõe do dever do Estado de criar mecanismos para coibir a violência no âmbito das relações familiares (artigo 226, parágrafo 8o). Inconstitucional não é a Lei Maria da Penha, mas a ausência dela.

terça-feira, outubro 09, 2007

Campanha 16 dias pelo fim da violência


Falta juizados para os casos de violência contra a mulher

A ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, lamentou nesta segunda-feira (8) a falta de mais juizados especiais para casos de violência doméstica e familiar contra a mulher. Durante teleconferência transmitida por meio do programa Ponto a Ponto, da TV Corporativa do Banco do Brasil, ela destacou que a iniciativa em relação a esses juizados deve ser dos estados, junto com o Poder Judiciário. "Até agora só temos 47 juizados, infelizmente. O Judiciário tem que ser mais permeável quanto a isso", disse. A Lei Maria da Penha e a Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres foram o tema debatido na teleconferência, por representantes do governo e de entidades que aderiram à causa. De acordo com a representante da Associação Brasileira dos Municípios (ABM), Emília Fernandes, a teleconferência é um meio de esclarecimento à sociedade sobre essas questões. "Onde quer que estejam, as pessoas precisam criar a sensibilidade de que cada um deve fazer a sua parte. Em especial os gestores públicos, que devem ser os estimuladores e os líderes pela implementação da Lei, que tem que ser colocada em prática", afirmou Fernandes. Já para o promotor de Justiça do Distrito Federal, Fausto Rodrigues, muitos casos de violência ainda ocorrem devido ao machismo: "A Lei Maria da Penha está atrasada no país. Enquanto em vários países da América Latina ela já estava implementada havia três anos, aqui no Brasil ela ainda não existia. Somos criados em um país que infelizmente é masculino, com sistema patriarcal".
A Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as mulheres é uma ação pública e educativa que mobiliza mais de 135 países há 17 anos, com o objetivo de fazer milhares de pessoas refletirem sobre o assunto e encorajar as mulheres a saírem das diversas situações de violência em que se encontram.

segunda-feira, outubro 08, 2007

A CRIMINALIZAÇAÕ DO ABORTO É UMA PRÁTICA RACISTA

A CRIMINALIZAÇAÕ DO ABORTO É UMA PRÁTICA RACISTA DO ESTADO BRASILEIRO QUE PROVOCA O GENOCIDIO DAS JOVENS NEGRAS!
Em muitos países, a luta pela legalização ganhou força. Recentemente,por exemplo, as mulheres foram vencedoras na Cidade do México e emPortugal, e o aborto lá agora é legalizado!No Brasil, temos alguns avanços importantes nessa batalha. Um deles foi na II Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, quer e afirmou o direito ao aborto em duas resoluções. Lá, aprovamos consensualmente a diretriz de que a legislação punitiva do aborto deveser eliminada, e que o SUS (Sistema Único de Saúde) deve garantir assistência às mulheres que necessitem e optem por interromper umagravidez.Também aprovamos que o poder executivo deve encaminhar ao Congresso Nacional o projeto de lei com a proposta da comissão tripartite, que prevê a realização do aborto até a 12ª semana, por decisão dasmulheres, e até 20 semanas se a gravidez for resultante de violência sexual.Como sabemos, não somos apenas nós que nos organizamos, a direita também tem mostrado sua força nas ruas e com o discurso hipócrita do direito à vida tem atraído setores populares que em diversas lutas são nossos aliados, por isso, é necessário nos mantermos alertas e unidas.

quarta-feira, outubro 03, 2007

Campanha Dove


Campanha DOVE, mostrando a diversidade dos corpos femininos

Campanha com modelo anoréxica rouba a cena na Semana de Milão



Uma campanha publicitária que usa uma modelo anoréxica está roubando a cena na abertura da Semana Internacional da Moda de Milão.
Os anúncios, expostos em jornais e outdoors italianos, mostram uma modelo nua sob os dizeres "No Anorexia" ("Não Anorexia"). A modelo é a jovem francesa Isabelle Caro, que pesa apenas 31 quilos.A campanha é cria do italiano Oliviero Toscani, conhecido pelas polêmicas campanhas da Benetton nos anos 80 e 90 que usavam fotos abordando temas como Aids, guerra e racismo.Em entrevista à BBC Brasil, Toscani defendeu a nova campanha, dizendo que, em contraste com o corrente no mundo da publicidade de moda, ela busca uma aproximação com a "condição humana"."Toda a publicidade de moda e as revistas e os jornais de moda se afastaram dela, se tornaram abstratas, esvaziaram o ser humano. A gente olha essas campanhas e vemos o vazio, e dizemos a nos mesmo: essas pessoas são como garrafas vazias", diz Toscani.PrioridadeA campanha, da griffe de moda Nolita, contou com o aval do Ministério da Saúde da Itália.A luta contra a anorexia é uma das prioridades do governo do premiê Romano Prodi. Hoje, cerca de 2 milhões de italianos sofrem da doença e de bulimia. A ministra da Saúde Lívia Turco afirmou, em nota oficial, que “uma iniciativa como esta é importante para abrir um canal de comunicação privilegiado com o público jovem, através de uma mensagem clara e capaz de chamar a responsabilidade para este drama”.Oliviero Toscani criou a campanha tendo em vista um público muito mais amplo do que os consumidores de moda. “A idéia não é uma campanha para o povo da moda, mas sim para quem olha para moda, para as meninas, as jovens, as estudantes, todos os públicos. O rei está nu”, disse ele.O fotógrafo, que já tinha abordado o tema em um filme que chegou a ser apresentado no festival de Locarno, acha que "a responsabilidade deste problema não é apenas do mundo da moda"."Existem as mães, a família, a desilusão de quem não se identifica com a imagem projetada pela mídia. Uma garota vê uma foto de moda ou uma imagem da televisão e pensa consigo mesma: 'Eu não poderia nunca ser assim', e assim tenta desaparecer, se auto-destruir, é um drama”, afirmou Toscani. Ele conta que não foi difícil encontrar uma menina anoréxica. “Eu a procurei com um diretor de cinema busca uma atriz para um filme.”'Imoral'Mas vender roupa usando como imagem quem não tem como vesti-la não foi uma estratégia fácil de ser colocada no mercado. O principal jornal da Itália, o Corriere della Sera, se recusou a estampar a fotografia. A campanha também ficou longe das ruas da França, sendo vetada nos outdoors. “A justificativa era de que a imagem era imoral. Não somos, ainda, civilizados“, afirmou Toscani.Toscani acredita que, mesmo com a polêmica em torno da campanha, ela deve ter bons resultados.“Acho que isso pode ser o começo de um novo ciclo de publicidade, vamos ver o que acontece. Não são tantos os clientes que possuem a coragem de fazer uma campanha como esta. Todos pensam que a comunicação publicitária deve ser falsa ou artificial, mas eu acho que se pode fazer algo interessante e tirar vantagens econômicas ao mesmo tempo.”

segunda-feira, outubro 01, 2007

Árabe pede divórcio de mulher que assistiu TV sozinha

Um homem pediu divórcio de sua mulher, na Arábia Saudita, alegando que ela teria visto sozinha um programa de TV apresentado por um homem. Apesar de não divulgar a identidade do árabe, o jornal Al-Shams informou que ele é seguidor do wahhabismo, um rígida doutrina do Islã que proíbe ao sexo feminino permanecer sozinho com um homem que não seja de sua família.
Na monarquia conservadora, os homens podem se divorciar sem procedimento judicial. As mulheres só devem aparecer em público usando véu, não podem viajar sem autorização do marido ou de um homem de sua família ou comer sozinha em um restaurante.

Mais exploração do corpo feminino


Mais de mil mulheres de biquínis batem recorde


Um grupo de 1010 mulheres de biquíni bateu hoje o recorde de maior foto de trajes de banho em Bondi Beach, Sydney. A foto, que foi acompanhada de perto por um inspetor do Guinness, entrou para o Livro dos Recordes
"Este com certeza foi um dos recordes mundiais mais espetaculares para os quais fui convidado a julgar", disse Chris Sheedy, representante do Guinness. "Como australiano digo que é lógico que qualquer recorde envolvendo sol, areia e surfe deve ser realizado neste país."
Os salva-vidas da praia em Sydney transformaram seus postos de observação de frente para o mar em vestiário improvisado para permitir que cada mulher vestisse seu biquíni. Havia modelos profissionais e também voluntárias. Elas dançaram e atraíram a atenção de muitos curiosos.
As mulheres formaram a palavras "cosmo" na areia. A foto estampará edição de janeiro de 2008 da revista Cosmopolitan.
A sessão de fotos foi realizada ao final de festival de moda e beleza das revistas da editora ACP. A editora da Cosmopolitan Sarah Wilson coordenou a foto. "Eu queria fazer alguma coisa que colocasse as mulheres em um ambiente onde elas estivesse junto com outros corpos e pudessem se sentir confortáveis", disse Sarah.
Com agências internacionais

sexta-feira, setembro 28, 2007

28 DE SETEMBRO


Dia pela descriminalizaçã o do aborto na
América Latina e no Caribe

domingo, setembro 23, 2007

O 1º ANIVERSÁRIO DA MARIA DA PENHA

A Lei Maria da Penha, a lei de combate à violência contra a mulher, está comemorando um ano de vigência. Claro que trouxe grandes avanços. Acabou o calvário das mulheres que, depois de registrar queixa na Polícia, precisavam ir para as filas da Defensoria para só então conseguir, por exemplo, afastar o agressor da casa e obter alimentos. Agora, registrada a ocorrência perante a autoridade policial, a vítima é ouvida, sendo tomada a termo a representação. A Polícia tem que lhe garantir proteção, acompanhá-la ao hospital ou posto de saúde e para submeter-se ao exame de corpo de delito. Também deve fornecer transporte para lugar seguro após a retirada de seus pertences de casa. Ao ser informada de seus direitos, requerendo a mulher a aplicação de alguma medida protetiva, o expediente deve ser encaminhado à Justiça no prazo de 48 horas.
Os méritos da lei não são somente esses. Como não mais pode ser aplicada a entrega de cestas básicas ou o pagamento de multa a título de condenação, é possível determinar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação.
Mas, certamente, o grande ganho foi a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e o afastamento da aplicação da lei dos Juizados Especiais. Porém, a lei não determinou a criação desses juizados especiais nem impôs prazo para sua instalação. Enquanto não criados, houve o deslocamento da competência para as varas criminais, e não para as varas de família. O resultado está sendo desastroso. Os juízes acabam dando preferência aos processos de réus presos. Ao depois, mais afeitos a julgar ações criminais, não estão qualificados para aplicar medidas protetivas, que têm natureza familiar.
Em face da enorme má vontade da Justiça em criar esses juizados, neste um ano foram instalados em pouquíssimos estados e, ainda assim, só um nas capitais. Diante desse quadro, é forçoso reconhecer que se está em situação muito pior do que se estava antes. A responsabilidade é do poder Judiciário, que continua condenando à invisibilidade a agressão contra a mulher, como se fosse uma questão privada, em que a Justiça não precisa pôr a colher.
Assim, após um ano de vigência da Lei Maria da Penha, pouco se tem a comemorar. Não há a quem dar os parabéns e, pelo jeito, a violência ainda terá mitos anos de vida!
Maria Berenice Dias - desembargadora do Tribunal de Justiça do RS

Fetos devem ser declarados dependentes

Os pais poderão declarar o filho como dependente mesmo antes do seu nascimento e, com isso, reduzir o Imposto de Renda, segundo projeto aprovado ontem por unanimidade pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, em caráter terminativo. O projeto, de autoria do senador Francisco Dornelles (PP-RJ), será votado agora na Câmara dos Deputados. A legislação protege o nascituro, resguardando-lhe direitos antes do nascimento. Dornelles argumentou que "são inúmeros os dispêndios" que devem ser efetuados pelos pais antes do nascimento e que não podem atualmente ser deduzidos do Imposto.

quarta-feira, setembro 19, 2007

Aborto não é um dos direitos humanos, diz papa Bento XVI

VIENA - O papa Bento XVI rejeitou, na sexta-feira, o conceito de que o aborto pode ser considerado um direito humano e pediu aos líderes europeus que promovam o aumento da natalidade em seus países, dando mais apoio a famílias e crianças.O pontífice alemão, de 80 anos, disse a diplomatas e representantes de organizações internacionais que a Europa não pode negar suas raízes cristãs, porque o Cristianismo teve um papel decisivo em sua formação histórico-cultural."Foi na Europa que a noção de direitos humanos foi formulada pela primeira vez. O direito humano fundamental, a premissa de qualquer outro direito, é o direito à própria vida", disse ele em discurso no antigo palácio imperial de Hofburg."A vida é uma verdade a partir do momento da concepção até o seu fim natural. O aborto, conseqüentemente, não pode ser um direito humano - é exatamente o contrário. É uma chaga profunda na sociedade."O aborto é permitido na Áustria durante os três primeiros meses de gestação, assim como em vários outros países da Europa Ocidental, vários deles de maioria católica.Mas suas palavras têm implicação além do continente. O aborto deve ser um dos grandes temas na campanha presidencial de 2008 nos EUA.O discurso do papa o coloca em rota de colisão com grupos de direitos humanos como a Anistia Internacional, que recentemente adotou uma nova posição, dando apoio ao aborto em caso de estupro ou risco à vida da gestante.

Exploração do corpo feminino / padrões de beleza


Anúncio: feiosa imita casal "sarado" por beijo de nerd

Para acabar com a vergonha e ganhar um beijo "caliente", nada melhor que uma cerveja. É isso o que propõe o novo comercial da cerveja Guinness, que está em exibição nas TVs da Inglaterra. Até uma menina "feiosa" conseguiu o que queria, após usar a bebida como arma para garantir um beijão de um nerd.
O anúncio mostra a menina tímida e feiosa observando um casal "sarado" se beijando em um bar. Para apimentar o encontro, a gata molha os lábios com a espuma da cerveja e faz seu namorado arrancar um beijão seu.
A feiosa não se contém e suspira ao observar o casal. O garçom "camarada" serve a cerveja à menina, que rapidamente mira seu alvo: um nerd que não vê a hora de abandonar seu livro.
Após acenar para o "gatão", a feiosa molha todo o rosto com a espuma da cerveja e ganha um mega beijo do nerd.

terça-feira, setembro 18, 2007

Pesquisa do IBGE mostra queda na taxa de fecundidade

Divulgada nesta sexta-feira, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra índices sobre os rendimentos das mulheres, a participação feminina no mercado de trabalho e o nível de escolaridade, entre outros. Em 2006, havia cerca de 91 milhões de homens e 96 milhões de mulheres no Brasil. Só na região Norte, o número de homens é maior. Das 97,6 milhões de pessoas no mercado de trabalho, as mulheres somam 42,6 milhões. A taxa de fecundidade nacional caiu para dois filhos em média por mulher. E um dado permanece o mesmo: nascem mais homens, mas as mulheres vivem mais.A PNAD traça a cada ano um retrato do País. Em 2006, foram entrevistadas 410.241 pessoas, em 145.547 domicílios em todo o Brasil. A partir de outubro, cerca de 2.000 entrevistadores do IBGE vão a campo para realização da próxima pesquisa, que, em 2007, completa 40 anos. E, pela primeira vez, a coleta será eletrônica. Em 2006, havia cerca de 91 milhões de homens e 96 milhões de mulheres. Apenas na região Norte, o número de homens superava o de mulheres, o que não ocorria em 2005. Isso se deve ao fato de haver menos mulheres acima de 60 anos no Norte do país. Lá elas representavam 51,5% da população nessa faixa etária; nas demais regiões, as proporções eram mais elevadas: Sudeste (57,2%); Sul (55,9%); Nordeste (55,2%) e Centro-Oeste (52,5%).
Fecundidade
Nacionalmente, a tendência de envelhecimento populacional persistiu em 2006. Esse movimento foi ainda mais acentuado nas regiões Sudeste e Sul, onde a diferença entre as participações, no total da população, das pessoas de 0 a 9 anos e de 40 anos ou mais de idade já ultrapassa 20 pontos percentuais – a média nacional é uma diferença de 15,8 pontos percentuais. A taxa de fecundidade, em 2006, foi estimada em 2,0 nascimentos por mulher (em 2005, havia sido de 2,1 nascimentos por mulher), caindo ao nível de reposição da população. A região Norte tinha a estrutura etária menos envelhecida: registrou a menor diferença entre os percentuais de pessoas com 0 a 9 anos de idade e de 40 anos ou mais (1,6 ponto percentual); tinha número médio de filhos por família (3,3) maior que o registrado para o país (2,9); e era a única região onde o contingente de crianças de 0 a 4 anos (1,6 milhão) era maior que o de pessoas com 60 anos ou mais (aproximadamente 979 mil). Entre as unidades da federação, o Acre tinha em 2006 o maior percentual de pessoas com 0 a 4 anos (12,0%). No lado oposto, no Rio de Janeiro, apenas 5,9% das pessoas estavam nessa faixa etária, e se concentrava o maior percentual de pessoas com 60 anos ou mais de idade: 14,1%. O envelhecimento vem ocorrendo indiscriminadamente para homens e mulheres, mas a população feminina de 0 a 4 anos era, em 2006, 9,3% inferior à masculina na mesma faixa etária; enquanto na faixa de 60 anos ou mais, o número de mulheres superava o de homens em 27,0%. Ou seja, nascem mais homens, mas as mulheres vivem mais.

quarta-feira, setembro 12, 2007

MMC e Via trancam portões de Viveiros de Eucaliptos em Capão do Leão

Cerca de 500 integrantes da Via Campesina e do Movimento de Mulheres Camponesas – MMC trancaram, os portões do viveiro de mudas de eucalipto da empresa Votorantim, no município de Capão do Leão, na BR 116, KM 53. Segundo lideranças do MMC, o objetivo desse protesto é provocar a discussão com a sociedade gaúcha e com os trabalhadores e trabalhadoras da região sobre as conseqüências negativas que o plantio de lavouras de eucalipto trará para na metade-sul do Estado do Rio Grande do Sul e para o meio ambiente.

quinta-feira, setembro 06, 2007

Hoc Tempore promove curso de capacitação

Começará no dia 12 de setembro um novo curso de capacitação em Direitos Humanos, que se estenderá até o dia 15. O curso, voltado para questões de gênero e justiça ambiental, é promovido em parceria entre a EDHUCA e a Organização Não-Governamental Hoc Tempore. As atividades serão desenvolvidas no auditório da OAB, no turno da noite nos dias 12, 13 e 14, e nos turnos manhã e tarde, no sábado.
As inscrições poderão ser feitas na Faculdade de Direito da UFPel até o dia 12, das 13h30min às 15h30min, ou enquanto houver vagas. Também é possível inscrever-se pelo telefone 3225-1221 (ramal 25) e pelo e-mail edhuca@gmail.com.

Segue abaixo a relação de conteúdos do curso:

Justiça Ambiental - Princípios do Direito Ambiental; Direito Ambiental no Brasil: Penal, Civil e Administrativo; Estatuto da Cidade; Plano Diretor de Pelotas; Agenda 21 Local; Como Organizar uma ONG; Educação Ambiental: Modelo de Formatação de Projetos

Educação não-sexista; Gênero e Relações de Trabalho - a mulher no mercado de trabalho hoje, economia solidária e assédio sexual; Violência de Gênero e a Lei Maria da Penha - Aspectos Jurídicos.

quarta-feira, setembro 05, 2007

Com nova lei, Portugal faz 15 abortos por dia

Ao longo das últimas cinco semanas, o sistema público de saúde de Portugal realizou uma média de 15 abortos por dia. No total, entre 16 de julho e ontem, 526 mulheres abortaram em hospitais portugueses. Em julho, a interrupção da gravidez deixou de ser ilegal no país. Portugal tem pouco mais de 10 milhões de habitantes - a mesma população da cidade de São Paulo.A Direção Geral da Saúde, do Ministério da Saúde, informou ao jornal O Estado de S.Paulo que uma das mulheres que abortaram nesse período era brasileira. Não se sabe, porém, se ela vive em Portugal ou havia viajado ao país por causa do aborto. Qualquer mulher pode ser atendida em Portugal, mesmo não sendo residente do país. Das 526 que fizeram aborto desde a nova lei, 79 eram estrangeiras.
Essas são as primeiras estatísticas sobre o aborto em Portugal desde a legalização. Em fevereiro, os portugueses decidiram em referendo que as mulheres passariam a ter a liberdade de interromper a gravidez até a décima semana de gestação.A lei começou a valer em meados de julho. Até então, o aborto só era permitido nos casos de estupro e de risco à saúde e à vida da mãe ou do bebê. Ná há estimativas oficiais sobre abortos clandestinos até então nem sobre as mortes decorrentes desses procedimentos. Muitas mulheres tinham a opção de viajar para países próximos, como a Espanha, para interromper a gravidez legalmente.

terça-feira, setembro 04, 2007

Parecer sobre aborto depende de definição do STF

O deputado Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP), relator do projeto de lei que descriminaliza o aborto (PL 1135/91, do ex-deputado Eduardo Jorge), anunciou nesta quarta-feira que vai divulgar seu parecer assim que o Supremo Tribunal Federal (STF) definir sua interpretação sobre quando se inicia a vida humana durante a gestação. A decisão do STF deve sair em setembro.Em audiência pública sobre o projeto, Mudalen declarou que vai antecipar em aproximadamente um mês a apresentação do seu relatório, anteriormente prevista para novembro.O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, também deverá ser ouvido "em uma ou duas" audiências públicas na Comissão de Seguridade Social e Família, onde o assunto é debatido.No dia 29/08, a comissão ouviu quatro especialistas: a advogada integrante da Comissão de Defesa da República e da Democracia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) Gisela Zilsch; a coordenadora da organização não-governamental Católicas pelo Direito de Decidir, Maria José Rosado; o sub-procurador-geral da República Cláudio Fonteles; e o professor de Direito Constitucional da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) Daniel Sarmento.
Proteção progressiva
Sarmento defendeu a descriminalização da prática e declarou que os melhores instrumentos de proteção à gravidez não devem estar no Código Penal, mas em áreas como a proteção social às mulheres, a educação e a saúde de qualidade. Para o professor, a proteção à gravidez tem de ser progressiva, ou seja, o direito do feto cresce à medida que transcorre a gestação. Para ele, um aborto espontâneo nas primeiras semanas não costuma ser visto como "uma tragédia", diferentemente do "trauma provocado", quando a interrupção da gestação ocorre próxima dos nove meses. "A vida deve ser mais protegida na medida em que avança com a formação, por exemplo, do córtex cerebral", explicou.
Apesar de não existirem estatísticas oficiais, o advogado disse que mais de um milhão de abortos são realizados anualmente no Brasil, sendo essa prática a quarta maior causa de mortalidade materna. "Não podemos ter a prática do avestruz e fingir que o problema não existe. Enquanto a lei atual estiver em vigor, as mulheres mais pobres serão as maiores vítimas", definiu.Para ele, a maioria das pessoas contrárias à descriminalização do aborto se apega a argumentos morais, mas a elaboração de políticas públicas não deve se ater a crenças ou religiões: "O estado laico deve se pautar por razões públicas. É antidemocrático excluir os grupos religiosos do debate, mas eles devem traduzir sua opinião em argumentos científicos".
Acolhimento a gestantes
Cláudio Fonteles se manifestou contrariamente ao projeto e defendeu a criação de programas sociais de acolhimento a gestantes abandonadas para permitir que elas tenham uma gestação saudável e com bom atendimento social. O objetivo é evitar que elas sejam levadas a praticar aborto.Fonteles também disse ser favorável à preservação da gravidez de fetos anencéfalos e citou o caso de uma criança que completou nove meses após ter nascido sem cérebro: "Não somos produtos acabados. A beleza da vida é que podemos nos surpreender a cada dia. Viva e deixe viver". Segundo ele, é necessário criar a "civilização do amor", mesmo que o outro seja um embrião do "tamanho de um alfinete". "Ali não é alfinete, é vida", disse.Já a advogada Gisela Zilsch afirmou que o PL 1135/91 é inconstitucional porque não define até quando se pode interromper a gestação e fere o direito à vida. "Aprovado esse projeto, estará autorizada a morte de um bebê com nove meses de gestação", disse. Para a advogada, o projeto beneficia clínicas clandestinas e médicos que fazem aborto e "irão ganhar um pouco mais de dinheiro".A coordenadora da ONG Católicas pelo Direito de Decidir, Maria José Rosado, defendeu o projeto, mas refutou a possibilidade de aborto aos nove meses e ressaltou que nenhum país permite o aborto nessa fase. Ela destacou que caberá aos legisladores definir o período limite para o cancelamento da gestação. Em sua opinião, a Câmara não é um local para se fazer "conspirações de caráter religioso", ainda que os parlamentares tenham suas crenças pessoais. "O Estado laico deve respeitar a opinião de cada um, mas um representante do povo não deve deixar que suas convicções pessoais atuem contra o interesse público", argumentou."

sexta-feira, agosto 31, 2007

Preconceito e mídia entram na agenda das mulheres

A 2ª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres reuniu 2.800 mulheres de todo país. O processo de eventos estaduais incluiu 120 mil mulheres. O evento ocorreu em Brasília, no dia 17. A 2ª Conferência acrescentou cinco novos eixos no Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Foram incluídos o combate ao racismo, sexismo e lesbofobia, comunicação e cultura não-discriminatória, sustentabilidade, direito à terra e políticas para mulheres em qualquer idade. Uma das organizadoras da conferência representando a sociedade civil, Schuma Schumacher participou das várias etapas do processo. Representante da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB) na organização da conferência, ela vê avanços e limites do tema dentro do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Fórum – Qual o significado dos novos eixos incorporados ao Plano Nacional?
Schuma Schumacher – Representam, de cara, uma conquista. Significa também que estamos alargando as possibilidades de recursos de políticas voltadas para a mulher. A questão do atendimento à mulher em todas as idades, por exemplo, foi muito batalhado pelas jovens, que não se vêem representadas nas políticas de juventude nem de gênero. Isso pode significar, em médio prazo, um olhar mais atento do governo federal. O processo foi difícil e ainda há pouca atenção dos governos estaduais e municipais. Há governos que ainda resistem em ter uma política específica para as mulheres. Apesar da mobilização em todo o país ter sido imensa, com 120 mil mulheres participando das atividades preparatórias da conferência, ainda é pequeno o olhar do Estado para essa mobilização. Nossas políticas acabam sendo pautadas simplesmente por nossa mobilização. Há temas, como a legalização do aborto, que estão totalmente fora de pauta do governo e são colocados em debate por nós.
Fórum – Um relatório do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfmea) mostra que apenas 4% do orçamento para prevenção à violência contra a mulher foi aplicada este ano. Isso mostra queo tema ainda não é prioridade de governo? Schuma Schumacher – A Secretaria Especial de Políticas para a Mulher tem uma gestão muito aberta ao diálogo com movimentos feministas. Há também uma pressão da bancada feminista do Congresso para aprovação de emendas orçamentárias. Só que, infelizmente, há o contingenciamento de verba decretado pelo Ministério do Planejamento, o que gera uma execução às vezes mínima e aquém do necessário para implementar o Plano Nacional, definido pela Conferência. Esse bloqueio orçamentário é geral, mas infelizmente ele é maior nos setores que têm menos atenção do governo.
Fórum – No eixo de comunicação, quais as sugestões da Conferência? Schuma Schumacher – Uma das propostas foi a criação de observatórios sociais dos canais de televisão. Isso reflete, em primeiro lugar, a maior preocupação com o preconceito contra as mulheres difundido pelos veículos de comunicação. Queremos observatórios compostos por vários olhares: Estado, sociedade civil e até as empresas de comunicação. As sugestões aprovadas na Conferência também pedem que metade dos integrantes do Conselho Gestor da nova TV Pública sejam mulheres.
Trechos do livro "História das mulheres no Brasil", do texto "A arte da sedução: sexualidade feminina na colônia":


"Nunca se perdia a oportunidade de lembrar às mulheres o terrível mito do Éden, reafirmado e sempre presente na história humana. Não era de se admirar, que o primeiro contato de Eva com as forças do mal, presonificadas na serpente, inoculasse na propria natureza do feminino algo como uma estigma atávico que predispunha fatalmente à trangressão, e esta, em sua medida extrema, revelava-se na pratíca das feiticeiras, detentoras de saberes e poderes ensinados e conferidos por satanás."

"Repetia-se como algo ideal, nos tempos coloniais, que havia três ocasiões que a mulher poderia sair do lar durante toda sua vida: para se batizar, para se casar e para ser enterrada. "

sexta-feira, agosto 24, 2007

África contra violência

Vem da África uma iniciativa pioneira a favor do sexo feminino: A liga Moçambicana dos Direitos Humanos começa a agitar o país para colocar em pratíca novas medidas que vão prevenir a discriminação contra as mulheres. A novidade saiu de um encontro realizado pela ONU em Junho. Uma idéia é criar um projeto de lei que pune a violência doméstica. O Brasil vai oferecer como modelo a Lei Maria da Penha, em vigor desde Agosto de 2006.

quinta-feira, agosto 23, 2007

II CNPM quer mudanças nas estruturas patriarcais dos partidos políticos

Segundo representantes do legislativo e do executivo, é preciso modificar as estruturas dos partidos para assegurar a participação das mulheres
“Temos que ter acesso ao poder para exercer e transformar o poder. Então, precisamos, desde já, mexer nas estruturas dos partidos políticos e ocupar os nossos espaços”. A frase é de Betânia Ávila, representante do SOS Corpo – Instituto Feminista pela Democracia, mas resume bem o pensamento do movimento de mulheres e feministas neste terceiro dia da II Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (II CNPM) que acontece desde o dia 17/08, em Brasília, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.O tema de domingo – Participação das mulheres nos espaços de poder – reuniu autoridades nacionais e internacionais que apresentaram experiências e propostas para que a mulher aumente a sua participação nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário dos países da América Latina e Caribe.O caso brasileiro foi amplamente debatido no painel que reuniu a prefeita de Fortaleza (CE), Luizianne Lins; a deputada federal, Luiza Erundina; a ministra do Superior Tribunal de Justiça, Eliana Calmon; a ex-deputada e secretária de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia de Niterói (RJ), Jandira Feghali; a pesquisadora da Universidade Federal da Bahia e representante do movimento negro e de mulheres, Luiza Bairros; e a representante do SOS Corpo, Betânia Ávila.Uma pesquisa da organização internacional União Interparlamentar (Inter-Parliamentary Union), com sede na Suíça, coloca o Brasil na 107ª posição entre 189 países no que diz respeito à presença de mulheres no parlamento federal. As mulheres ocupam menos de 9% na Câmara dos Deputados e 12% no Senado Federal. “Ficamos em último lugar na América do Sul”, destacou Luizianne Lins. No âmbito estadual e municipal a situação se repete com apenas 11,2% de mulheres nas assembléias legislativas e 12,6% nas Câmaras de Vereadores.“A participação das mulheres começa nos movimentos sociais, políticos e sindicais, mas, infelizmente, quando elas vão compor efetivamente os cargos de direção, esse direito lhes é negado. É contra isso que temos de lutar dia e noite”, destacou a prefeita de Fortaleza para quem a desigual divisão sexual do trabalho contribui para impedir o acesso aos espaços de poder. Apesar de apoiar as ações afirmativas para garantir o acesso das mulheres aos espaços de poder, Luizianne acredita que a lei de cotas (9.504/97) não é cumprida porque não há cobrança da sociedade brasileira. Essa lei estabeleceu a obrigatoriedade de reserva de, no mínimo, 30% das vagas de candidaturas dos partidos políticos para as mulheres.

Uma aliança pelo combate ao racismo, ao sexismo, à lesbofobia

Estamos contentes e temos motivos para comemorar, nos dias 17/18/19 e20 de agosto de 2007, durante a II Conferencia Nacional de Políticaspara as Mulheres em Brasília, as jovens feministas, negras,indígenas, lésbicas, rurais, quilombolas, deram um show de autonomia,solidariedade, tolerância e respeito às diferenças, jovensparticipantes dos mais diversos segmentos e identidades construíramaliança e firmaram pactos e compromissos pela afirmação dos direitosdas mulheres e por um feminismo sem racismo, sexismo, lesbofobia eadultocentrismo.Nossa identidade de jovens coexistiu com nossas identidades raciais,de orientação sexual, territoriais e de classes, provando que asidentidades se complementam e jamais devem se sobrepor e ouanularem-se em contato com outras.Estou muito feliz com os resultados dessa aliança e parabenizo todasas jovens que ousaram assumir o desafio de celebrar as diferenças.Como resultado/produto dessa aliança podemos citar:- A visibilidade e reafirmação dos direitos das mulheres negras com aintrodução e aprovação do EIXO DE COMBATE AO RACISMO O SEXISMO E A LESBOFOBIA.- Reunião das jovens feministas (negras, lésbicas, indígenas, rurais)com a Ministra Nilcea (Secretaria especial de políticas para asMulheres) que assumiu o compromisso de REALIZAR UMA VIDEO CONFERENCIACOM AS JOVENS FEMINISTAS PARA A CONTRUÇÃO DE UMA AGENDA COM AS JOVENS.- Introdução da TEMATICA ETNICO RACIAL, ORIENTAÇÃO SEXUAL, GERACIONAL,DEFICIENCIA, em todas as prioridades do plano nacional,Compromisso publicamente assumido pela Ministra Nilcea (Secretariaespecial de políticas para as Mulheres) de APOIAR UM ENCONTRO PREPARATÓRIO DAS JOVENS A CAMINHO DAS CONFERENCIA DE JUVENTUDE.A introdução/caracterização da religião de MATRIZES AFRICANAS como prioridade no plano Nacional de políticas para as mulheres- Compromisso publicamente assumido pela Ministra Nilcea (Secretaria especial de políticas para as Mulheres) de GARANTIR A REPRESENTAÇÃO DE UMA JOVEM NA COMISSÃO DE SISTEMATIZAÇÃO DAS RESOLUÇÕES DA CONFERENCIA. Assim sendo, estou convencida de que nos as juventudes feministas escrevemos um novo capitulo na História das mulheres e jovens do Mundo.
Latoya Guimarães Negra Jovem Feminista - SP
Visite nosso blog com a cobertura completa das jovens feministas na II CNPM:http://dialogoj.wordpress.com/

domingo, agosto 19, 2007

Saúde para os homens!

Políticas públicas de saúde para homens
A Secretaria de Estado de Saúde da Paraíba e a Universidade Federal da Paraíba realizam o seminário "O Homem e as Políticas Públicas de Saúde". O evento será nos dias 30 e 31 de agosto e 1º de setembro, no auditório da reitoria da universidade federal do estado. O encontro abordará temas como políticas públicas de assistência à saúde do homem; especificidades do gênero masculino e a atenção à saúde das populações mais vulneráveis; doenças mais prevalentes no homem e suas implicações sócio-sanitárias; violência urbana, drogas e redução de danos; DTS/AIDS e hepatites virais no homem; e direitos reprodutivos e sexuais do homem. A participação é gratuita e as inscrições podem ser feitas no site http://www.saude.pb.gov.br/.

terça-feira, agosto 14, 2007

Simpatizante não, indiferente ( Soninha)

Mas, então, futebol é sexo? Não? Então o que importa o que as pessoas fazem ou deixam de fazer na cama?
"NÃO EXISTEM homossexuais". O título provocativo do texto de João Pereira Coutinho na Folha da semana passada, destacado no UOL, deve ter atraído uma torrente de acessos. De esperançosos de encontrar a afirmação de que a única condição aceitável é ser hétero, e que os que se dizem homossexuais estão enganados, desviados, confusos e não deveriam existir. E de pessoas receosas de que fosse isso.O que Coutinho questiona não é a existência (só faltava) da homossexualidade e sim a idéia de transformar uma atividade na definição do que a pessoa é. "Existem atos homossexuais. E atos heterossexuais", diz. E pergunta se não é aberrante "elevar o sexo a condição identitária". "Sou como ser humano o que faço na minha cama [?]". Anos atrás, ainda na MTV, me perguntaram: "Você é lésbica ou simpatizante?". A sigla em vigor era GLS, hoje substituída por GLBTTT. Disse: "Sou simpatizante da causa (defesa dos direitos iguais; respeito à diversidade). Mas queria que houvesse um "I", de "indiferente". Não preciso simpatizar com a orientação sexual de ninguém. Com o desejo ou afeto por este ou aquela. Não deveria importar". Mas ainda importa. A ponto de alguém se sentir "acusado", "ofendido em sua dignidade e decoro", "injuriado" quando se cogita que ele seja homossexual. De amigos ou parentes desmentirem essa condição dizendo: "Não, ele é decente, saudável, bom caráter", como se homossexualidade implicasse o contrário. E a ponto de um magistrado dizer que homossexuais não deveriam jogar futebol, a não ser entre si próprios.
Quer dizer, então, que futebol é "hetero"? Então... Futebol é sexo? Uma espécie, talvez, de dança do acasalamento? E eu que pensava que era um esporte, dividido apenas por questões de força e resistência física em masculino e feminino... Se bem que já devia ter desconfiado. Parece sexo, não parece? Com todas aquelas metáforas, os duplos sentidos... E as situações concretas muito sugestivas.Falando sério: o que um homem precisa ser e fazer para jogar futebol? Precisa sentir-se atraído por mulheres? E ser celibatário, pode?Se alguém tiver voto de castidade, não prejudica a "uniformidade de pensamento da equipe" aludida pelo juiz? E as meninas, não podem jogar se forem lésbicas? É difícil falar sério quando a questão foi tão avacalhada -em uma decisão judicial que prega a segregação, citando hino de clube e rimando "galho" e "baralho". O que mais será que, na opinião do autor, um homossexual não deve fazer? Em 1907, o regulamento do campeonato carioca proibia a inscrição de jogadores "de cor"; por conta disso, o corajoso Bangu se recusou a participar. Que bom que esse veto parece, hoje, absurdo. O juiz da 9ª Vara acha que não cabe comparação entre as situações -afinal, "o negro desvelou-se (e em várias atividades) importantíssimo para a história do Brasil: o mais completo atacante jamais visto (...) é negro". Ou seja, não admite que quem pratica atos homossexuais, a quem pretende excluir, possa, como os negros, revelar-se "importante". Barbaridade. Cem anos depois. soninha.folha@uol.com.br

As mulheres na origem da nova sociedade - Entrevista com Alain Touraine

IHU On-Line - Quais são os principais impactos para a autonomia da mulher, como ser social, dos progressos da ciência e da tecnologia?
Alain Touraine - As descobertas da biologia permitiram evidentemente o controle da fecundidade. No entanto, é cada vez menos por referência ao feminismo que se desenvolve o debate sobre essas tecnologias da reprodução. Basta mencionar a oposição extrema da Igreja Católica.
IHU On-Line - Quais são os maiores anseios da mulher contemporânea? O que ela deseja mais fortemente?
Alain Touraine - Esta questão é bem-vinda, pois a gente não pode se satisfazer com uma visão puramente negativa, quer dizer, de uma luta contra os danos sofridos, que faz da mulher uma pura vítima. Os debates legislativos ou jurídicos não devem esconder o que me parece o essencial. As mulheres adquiriram hoje uma posição dominante numa nova posição da cultura. Elas já desfrutavam do papel principal no movimento por um desenvolvimento durável e na defesa do meio ambiente (Cf. M. Brundtland[1]). Mas, de maneira não-espetacular, porém durável, as mulheres desenvolvem uma nova visão para elas próprias e para os homens, à qual estes últimos não se opõem. Poder-se-ia falar de pós ou neofeminismo para falar destas mudanças que me parecem fundamentais. A sociedade dos homens tende a dar a prioridade à conquista do mundo. As mulheres envolvem totalmente a sociedade em direção a uma nova prioridade, a da construção de si própria. Mais precisamente, quando a sociedade masculina impulsionava ao máximo a polarização da sociedade entre uma elite e uma massa, as mulheres procuram reunificar os elementos que foram separados: vida pública e vida privada; sexualidade e espírito. É bem claro que são hoje as mulheres que tomam a palavra e que os homens, ou se calam, ou aprovam a linguagem das mulheres. O velho machismo desapareceu em grande parte, salvo em certos meios de alguns países, em particular da vida política.
IHU On-Line - Quais são as conseqüências sociais de uma mulher autônoma, independente do homem?
Alain Touraine - As mudanças em curso, na família como na vida sexual, não são, provavelmente, efeitos antes de tudo do feminismo. Mais exatamente, observa-se a separação da sexualidade e da vida cultural em geral e a construção propriamente social de um modelo de família e também de menor dominação masculina. Estamos apenas no início de uma evolução rápida que separará condutas sexuais sempre mais diversificadas e a construção da vida familiar, tomando, ela própria, formas muito diversificadas. A relativa facilidade com a qual se avança para o reconhecimento do casamento homossexual indica que as barreiras tradicionais se enfraqueceram consideravelmente.
IHU On-Line - Como se caracteriza a "sociedade de mulheres" da qual o senhor fala?
Alain Touraine - Quando eu falo de sociedade de mulheres, eu não faço nenhuma referência a nenhuma "feminilidade" ou a nenhum caráter psicológico próprio das mulheres, e falar de feminização da sociedade me parece absurdo. Quando eu falo de uma sociedade de mulheres eu me refiro a um tipo de sociedade e de cultura caracterizada pelo desaparecimento acelerado de uma politização entre os dois sexos, com uma dominação masculina. Foram as mulheres que inventaram uma sociedade situada além da separação dos homens e das mulheres.
IHU On-Line - Qual é a contribuição do feminino para a sociologia contemporânea? O que há de diferente no "olhar" feminino sobre a vida?
Alain Touraine - A sociologia das mulheres é, aos meus olhos, uma parte essencial de uma sociologia geral. Já agora, uma grande parte dos debates da filosofia política e social e da sociologia é construída sobre os problemas postos pela situação e a ação das mulheres. Nossas sociedades modernas são dominadas pelo recentramento sobre o indivíduo, considerado em todas as suas funções e em seus direitos. Pode-se, também, dizer que o tema da sexualidade ocupa aí o lugar central, que era antes o do trabalho na sociedade industrial e são as mulheres que escrevem as obras mais essenciais neste domínio. Não é preciso deixar-se limitar aos problemas da desigualdade. É preciso eliminar toda referência mais ou menos psicológica ao feminino. Em troca, é preciso compreender por que as mulheres estão na origem da nova sociedade e da nova cultura que se forma sob nossos olhos.
Fonte: http://www.unisinos.br/ihu

quarta-feira, agosto 08, 2007

Exploração do corpo feminino 3

A mídia transforma as atletas em meros corpos para exposição da beleza, elegendo "musas", desqualificando totalmente a carreira da atleta, e dando importância para frases como essa:
Musa, Delaroli lembra que já foi "bem feinha"
A mineira Flávia Delaroli, 23 anos, destaca-se na natação não apenas por seus rápidos tempos nas provas de 50m e 100m livre, mas também por sua beleza. No entanto, a atleta, que conquistou duas medalhas nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, afirma que nem sempre foi assim."Apareci primeiramente pelos meus resultados, pois era bem feinha, esmilingüida, com cabelo muito curto e até aparelho nos dentes", recorda Delaroli, que ainda adolescente, aos 15 anos, já conquistava a medalha de bronze na prova de revezamento 4x100m nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg.
Mesmo reconhecendo a melhoria na aparência e a vaidade no momento de se arrumar, Delaroli não se encanta com o título de musa. "Penso que as pessoas que estão sempre expostas acabam analisadas e colocadas dentro de um perfil, de um estereótipo. Como mulher, claro que gosto de elogios, mas ser considerada musa nunca foi algo que almejei", completa. "Só não gosto quando parecem esquecer da minha qualidade como atleta", finaliza.
Dentro das piscinas, Delaroli já pensa em Pequim, após ter conquistado o índice olímpico para os 50m livre durante o Pan. "Vou seguir me preparando para esta prova, pois, analisando os tempos das adversárias, é nela que tenho o melhor desempenho", afirma. "E sempre que faço um bom trabalho para os 50m, acabo indo bem também nos 100m", continua.
Os resultados no Rio de Janeiro mostram que Delaroli tem razão. Após terminar os 50m livre em quarto lugar, conquistou a medalha de prata no revezamento 4x100m livre e a de bronze nos 100m livre. "Sempre que há um intervalo razoável entre as provas, o ideal é competir em outras competições antes dos 50m, até para entrar no campeonato com um peso menor", explica a nadadora.

segunda-feira, agosto 06, 2007

59% discordam da Igreja Católica e admitem aborto em certos casos

Pesquisa feita pelo Ibope entre os dias 17 e 21 de maio mostrou que 59% dos entrevistados discordam da posição da Igreja Católica ao condenar o aborto em qualquer caso. No Código Penal, ele é permitido quando há riscos para a vida da mãe e quando a gravidez resulta de um estupro. O levantamento, divulgado com exclusividade pelo Estado, foi encomendado pela organização não-governamental Católicas pelo Direito de Decidir. Foram entrevistadas 2.002 pessoas em 141 municípios, compondo uma amostragem nacional. A reportagem é de Simone Iwasso e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 4-08-2007.A pesquisa, realizada quatro dias após o encerramento da visita do papa Bento XVI ao Brasil, indica também que para 83% dos entrevistados o presidente de um País deve governar baseado na diversidade de opiniões existentes na sociedade - e não apenas nos ensinamentos de sua religião. Essa foi a idéia, a de um país laico, que o presidente Lula tentou transmitiu a Bento XVI no encontro que tiveram no Palácio dos Bandeirantes.A distribuição gratuita de preservativos e anticoncepcionais pelo poder público também foi apoiada pela maioria dos entrevistados - 96% para o primeiro e 93% para o segundo. Outra pesquisa, feita entre os dias 28 e 30 de abril pelo Instituto Vox Populi, também em uma amostragem nacional e com a mesma pergunta e metodologia, mostrava que 45% dos entrevistados discordavam do posicionamento da Igreja em relação ao aborto. Em ambos os casos, a margem de erro é de três pontos porcentuais para mais ou para menos.“O aumento de pessoas que discordam da Igreja, revelada pela comparação das duas pesquisas, o que é perfeitamente possível de ser feito devido à especificidade da pergunta, representa uma tendência da população”, explica a socióloga Fátima Pacheco Jordão, especialista em pesquisas. “Nesse período, ficou bastante claro que os católicos, principalmente os jovens, seguem valores próprios em relação à sua sexualidade.”Dulce Xavier, das Católicas pelo Direito de Decidir, faz uma leitura semelhante dos resultados. “O que os dados mostram é que a população em geral, e os próprios católicos, não seguem o que a Igreja prega em relação à sua saúde reprodutiva”, afirma. Ela ressalta também como o tema foi bastante discutido na mídia e em várias esferas da sociedade entre as pesquisas. “Houve um debate sobre o tema, no qual várias pessoas da sociedade se pronunciaram, arejando as vozes e tocando inclusive na importância do Estado laico.”De acordo com o secretário de Comunicação da Arquidiocese de São Paulo, padre Juarez de Castro, o aumento do porcentual de pessoas que discordam da Igreja pode ter acontecido porque o assunto foi trazido à tona no discurso do papa. “O aumento aconteceu porque as pessoas passaram a comentar mais o assunto.” Castro afirma ainda que a Igreja tem um posicionamento favorável à vida até o “último suspiro natural”.“É propagada a idéia de que a mulher tem direito de decidir sobre o que vai fazer com o próprio corpo, mas acreditamos que não cabe a ela escolher sobre a vida de outra pessoa.” Ele diz ainda que a Igreja não condena ninguém ao inferno por não concordar com sua ideologia. “Nosso posicionamento reflete respeito e ética pelo ser humano, mas a sociedade tem direito de discordar, já que vivemos em uma democracia”, disse. No primeiro semestre deste ano, o tema do aborto e do direito à vida foi bastante discutido na sociedade. Em abril, o Supremo Tribunal Federal organizou pela primeira vez uma audiência pública com especialistas para discutir o início da vida - motivada por uma ação movida pelo ex-procurador da República Cláudio Fonteles contra a Lei de Biossegurança, que permite as pesquisas com células-tronco embrionárias. O próprio papa Bento XVI, em seus discursos no Brasil, ressaltou as posições e os dogmas da Igreja, criticando os políticos mexicanos que votaram na época a favor do aborto. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, defendeu a possibilidade de um plebiscito para discutir a descriminação do aborto. No Estado de São Paulo, o governador José Serra (PSDB) deu início a uma política de planejamento familiar, incluindo a distribuição de anticoncepcionais em estações de metrô e a ampliação da oferta de cirurgias de laqueadura e vasectomia no serviço público.