sábado, fevereiro 24, 2007

Paquistanesas são assassinadas por cortejar homens

Duas jovens paquistanesas acusadas de terem cortejado homens de seu povoado foram assassinadas a machadadas por seus tios para lavar "a honra" de sua família, informou neste sábado uma fonte policial.
Farida, de 18 anos, e Hameeda, de 20, dormiam na quinta-feira em sua casa, no povoado de Shahpur Chakkar (sul do Paquistão), quando seus quatro tios maternos e paternos cortaram suas cabeças com golpes de machado, disse o policial Ghulam Nabi.
Os tios "as acusavam de flertar com homens do povoado", explicou.
Dois dos tios fugiram depois do assassinato, enquanto os outros dois foram detidos. Eles declararam à polícia que as jovens eram consideradas "kari" (ou "mulheres negras"), um adjetivo aplicado a mulheres indignas, que podem ser assassinadas para "salvar a honra familiar".
Segundo cifras oficiais, cerca de 5 mil pessoas, em sua maioria mulheres, foram assassinadas nos últimos cinco anos nas zonas rurais do Paquistão.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

DEBATE ABERTO
As lições do Referendo:A esquerda venceu o referendo sobre a descriminalização do aborto em Portugal, mas sua campanha sacrificou o direito de a mulher optar. O argumento da humilhação dos julgamentos impediu que ela fosse vista como um sujeito autónomo e racional.

domingo, fevereiro 11, 2007

O SIM ganhou!

Diante das sondagens na boca da urna que dão unanimemente uma vitória do SIM (apontando para um resultado entre os 57% e os 61% para o SIM), a médica Maria José Alves, em nome dos movimentos cívicos pelo SIM, afirmou a vitória da despenalização da interrupção voluntária de gravidez: "O SIM ganhou, no referendo mais participado de sempre. A sociedade portuguesa deu um sinal inequívoco à Assembleia da República para que legisle de acordo com a vontade dos portugueses." A afirmação foi seguida de um enorme aplauso e de muita comemoração.
Maria José Alves destacou ainda o empenhamento dos movimentos cívicos e dos partidos políticos, mas também de todos os cidadãos. E afirmou que a partir de hoje as mulheres vão ter o respeito e a dignidade que sempre mereceram.
Nas primeiras reações, Miguel Macedo, em nome do PSD, disse que o resultado não surpreendia o seu partido. Ribeiro e Castro, líder do CDS, disse que o sentimento do seu partido é de mágoa, serenidade e determinação. A mágoa, disse, é por os portugueses terem optado por um caminho que, segundo ele, fere a matiz humanista.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Rostos Invisíveis da Violência Armada


O livro também estará disponível em formato PDF nos sites do Viva Rio e do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

Mulheres e a violência armada

Resultado do projeto “Mulheres e meninas em contextos de violência armada: um estudo de caso sobre o Rio de Janeiro”, o livro Rostos Invisíveis da Violência Armada foi lançado no dia 8 de fevereiro pelo Viva Rio e pela Universidade de Coimbra, de Portugal. Escrita pela socióloga Tatiana Moura, a obra chama atenção para a condição das mulheres envolvidas na violência armada no Rio de Janeiro.
Ao longo de seus três capítulos, a publicação analisa o tipo de participação de mulheres e meninas na violência armada e os impactos diretos e indiretos em suas vidas. De acordo com o texto, esse envolvimento aumenta a cada ano e é cada vez mais precoce. “Meninas de 12 ou 13 anos, assim como os meninos, vêem na violência armada uma forma de alcançar um reconhecimento social e uma maneira de construírem sua identidade”, ressalta Tatiana.
Mais de cem mulheres foram entrevistadas, incluindo detentas em penitenciárias e unidades de medidas sócio-educativas, denunciantes das Delegacias de Atendimento à Mulher, líderes comunitárias, especialistas do setor de segurança pública e familiares de vítimas.
O envolvimento das mulheres é dividido em três categorias: aquelas que incentivam a violência, as que exercem papéis de base ou secundários e as que se envolvem diretamente. Tatiana explica que a participação delas na violência é bastante complexa, podendo uma mesma mulher exercer funções diferentes ao longo de sua vida. Foram analisados os casos de mortes e lesões por armas de fogo e as situações onde a arma é fonte de ameaça e coerção dentro das casas das mulheres. “Um grande número de mulheres é vítima direta de homicídios e ferimentos por armas de fogo. Na maioria dos casos, o agressor é um conhecido da mulher”, destacou. De acordo com o livro, as armas de fogo são o instrumento mais usado para matar mulheres, no Brasil. No Rio de Janeiro, uma mulher corre duas vezes mais riscos de ser morta por arma de fogo do que em todo o país.
O terceiro capítulo é dedicado a histórias de mães e familiares de vítimas de chacinas e assassinatos. O objetivo, segundo Tatiana, foi não só analisar as implicações sociais e psicológicas desses assassinatos na vida dessas mulheres, mas também dar visibilidade às formas de luta por justiça e contra a impunidade encontradas por elas.

domingo, fevereiro 04, 2007

Tráfico de mulheres

O tráfico de mulheres gera receitas anuais de 25 mil milhões de euros em todo o mundo, sendo que 85% daquele montante deriva da exploração sexual, que só na América Latina e nas Caraíbas fez 100 mil vítimas em 2006. Os dados constam de um relatório da Organização Internacional de Migrações (OIM), onde se denuncia que uma mulher pode ser «vendida» a uma rede de exploração sexual por 100 dólares (cerca de 77 euros). O estudo da OIM, que se concentrou na Argentina, no Chile e no Uruguai, revela que as vítimas são geralmente mulheres de classe social baixa, que vivem num ambiente de marginalidade e num meio familiar instável, além de terem um precário nível educacional. Dispondo de baixas possibilidades de trabalho, aquelas mulheres estão predispostas a migrar e cair em esquemas diversos. Além dos agentes directos, o tráfico também conta com a intervenção dos secundários, como motoristas de táxis, funcionários públicos, polícias, juízes e políticos que colaboram implicitamente ou que, com a sua indiferença, tornam possível este tipo de prática. A relevância de algumas das figuras envolvidas no processo dificulta a declaração das vítimas e a interposição de denúncias, e actualmente não existe um sistema de protecção para estas na Argentina, no Chile ou no Uruguai, porque esta prática não é considerada crime.