quarta-feira, abril 11, 2007

Legalização do aborto 2

Cultura e acesso à informação
Um dos maiores desafios do movimento de mulheres é mudar a cultura da visão do aborto como crime. Segundo elas, no Brasil, quem faz e se submete a este tipo de intervenção é considerado assassino. “Por isso é normal que as pessoas se declarem contra o aborto. Quando, nas comunidades, iniciamos um diálogo com as mulheres sobre o assunto, a maioria se coloca contrária, mesmo que muitas já tenham feito ou tenham pessoas na família que fizeram. Elas entendem que praticaram algo errado porque isso está colocado na sociedade. Não têm nem a dimensão de que, em outros países, isso não é crime. Mas, a medida que vão discutindo, mudam de opinião”, explica Sônia Coelho. A pesquisa do Datafolha faz recortes por escolaridade, renda e região do país que revelam que os maiores índices favoráveis à manutenção da lei atual que regula a prática estão concentrados na parcela da população com ensino fundamental, renda até cinco salários mínimos e moradora da região nordeste. Fica claro, portanto, que a cultura e o acesso à informação são determinantes na opinião dos brasileiros sobre o aborto. A AMB cita o exemplo da própria mudança que aconteceu em relação ao aborto nos casos de estupro e de risco para a gestante. No final dos anos 80 e início da década de 90, quando os serviços de aborto legal – para esses dois casos – foram implantados, a maior parte da população era contrária à prática em qualquer situação. “Se hoje 65% da população acham que a lei deve continuar como está, é porque esses casos já são compreendidos pela população como um direito a ser garantido a todas as mulheres que queiram recorrer à interrupção da gravidez”, avalia Carla. “Antes não havia debate sobre isso, e a instalação dos serviços fez com que a sociedade mudasse de opinião”.Na opinião da educadora, se o aborto em casos de anencefalia fosse legalizado, em alguns anos a visão da sociedade também mudaria em relação a este caso. “O fato de legalizar uma situação significa criar outra institucionalidade na sociedade pra dar resposta a este problema. Quando as pessoas começam a conviver com o resultado dessa mudança, há uma grande possibilidade de alteração no posicionamento da sociedade. A institucionalidade quebra a resistência, enquanto continuar tratando como crime cria barreiras”, diz.Para a organização feminista Católicas Pelo Direito de Decidir, enquanto a lei continuar crimininalizando a decisão das mulheres de interromper uma gestação e não houver a regulamentação da prática, o Estado e os grupos contrários à alteração da lei continuarão empurrando as mulheres brasileiras para o aborto clandestino e para a morte.

Um comentário:

Clarinha disse...

A partir, de que a vida começa quando existe a fecundação do espermatozoide com o óvulo, é indiscutivel que abortar é uma prática criminal, e contra um ser indefeso.
Fico perplexa ao ler comentários deste tipo de um ser humano que foi gerado como qualquer outro ser, e que se sua mãe pensasse como voce, poderia até mesmo te-la abortado, não é mesmo ?!
Na gestação dos meus 3 filhos já se podia escutar os batimentos cardiacos a partir da 6º semana, é realmente um absurdo dizer que é a favor até uma certa semana, que horror !!!.
Hoje em dia ninguem tem desculpa para alegar falta de informação, existem várias formas de se evitar uma gravides indesejáda, a menos claro que tenha sido por estupro, dai até a própria justiça autoriza a realização do aborto terapêutico ou sentimental, por gravidez produto de estupro.
Descordo totalmente, com o seu ponto de vista e sou contra a legalização do aborto.
Abortar uma vida após o milagre da fecundação é um crime sim.
E voce tem filhos?, caso tenha, olhe para eles, e pense que se voce os tivesse abortado, eles não teriam hoje a chance da vida como voce teve e esta tendo.