sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Moda solidária para mulheres acima do peso

Grupo inaugura confecção "Gg" em município gaúcho
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Pelotas (RS) - As "gordinhas" terão prioridade na produção de roupas da Confecção Ciranda Solidária (Cirsol) – empreendimento foi inaugurado dia 29 de janeiro de 2008, no bairro Jardim Europa, em Pelotas (RS). A iniciativa é de seis costureiras, com idade de 35 a 60 anos, que não se sentiam atendidas pelo vestuário "da moda".
Antes de montar o negócio, elas fizeram uma pesquisa de mercado em lojas do município. "Poucos estabelecimentos oferecem roupas para quem está um pouco acima do peso e as que encontramos parecem mais sacos de dormir", conta Nevanir Carvalho, uma das idealizadoras do grupo. "Nós queremos fazer peças que valorizem as curvas femininas", ressalta, acrescentando que também serão confeccionados acessórios como bolsas e jogos de cozinha.

Apoio inicial
A estruturação do grupo de costureiras é apoiada pela Ong Associação do Trabalho e Economia Solidária (Ates) e pelo Projeto Brasil Local, coordenado pela Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego (Senaes/MTE), que investiu R$ 40 mil no empreendimento. O montante foi destinado à aquisição de máquinas, tecidos, moldes, manequins, cadeiras, computador e material de divulgação.
Além disso, a Senaes e a Ates realizaram oficinas de capacitação para orientar o grupo sobre como gerenciar o empreendimento. Foram abordados princípios da autogestão, como a divisão igualitária de mão-de-obra e lucros. "Diferente do sistema de produção capitalista, que acirra a competitividade entre as pessoas, na economia solidária, o que vale é a cooperação", explica Dione Manetti, diretor de Fomento da Senaes, que participa da inauguração.
Segundo Manetti, uma das principais dificuldades dos grupos produtivos é superar a cultura hierárquica do ambiente de trabalho. "Tomar decisões coletivas, sem patrão nem empregados, é uma tarefa a que poucas pessoas estão acostumadas", acredita.

Cumplicidade feminina
Ao que parece, a falta de colaboração não será entrave para a Confecção Cirsol. "Já nos conhecemos há anos e abrir esse negócio é a realização de um sonho. Nos sentimos privilegiadas por isso", afirma Carvalho, que empresta um cômodo da casa para o funcionamento do grupo. "Assim, não temos despesa fixa com aluguel", justifica.
Outra aspiração das costureiras é compartilhar conhecimentos e ampliar o negócio. "Nós preferimos começar com meia dúzia de mulheres mas, à medida que nossa confecção for crescendo, queremos montar uma escola de corte e costura, para agregar mais trabalhadoras", conta Carvalho.

Maiores informações:
http://brasillocal.blogspot.com/2008/01/moda-solidria-para-mulheres-acima-do.html

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