sábado, janeiro 27, 2007

Fórum Social Mundial

Painel no FSM relaciona mulheres e o poder
A Rede Internacional de Mulheres da Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc) apresentou no Fórum Social Mundial o painel “Gênero e Governo”.O papel das mulheres comunicadoras nas rádios comunitárias e fundamental para colocar a agenda feminista ante a opiniao publica e promover a interlocucao com governos visando o impulso de políticas publicas para mulheres de comunidades em nivel local, nacional e internacional.
Mavic Cabrera-Balleza, representante da Amarc, falou da importancia de abordar temas como a AIDS, violência, aborto e a participação política das mulheres nas programações das rádios.
“As vozes saem das casas e vão a toda comunidade”, disse Preeti Soni, da Rede de Mulheres da Índia, que também falou sobre o papel exercido pela radio em que trabalha na sua comunidade para a educação das mulheres no processo eleitoral, principalmente porque na Índia as eleições são uma oportunidade para exercer coerção sobre o voto feminino.
Já Maria Eugenia Chavez, também da Rede de Mulheres da Amarc na América Latina e Caribe, disse que “as rádios comunitárias estão vinculadas as problemáticas das comunidades, portanto, e quase obvio que sirvam para difundir os temas, as idéias e a propostas que surgem das mulheres das populações a que servem” (pulsar)

Guardiãs do Orçamento

O Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea) sugeriu 16 emendas durante a tramitação do Projeto de Lei Orçamentária Anual para 2007. A organização, junto a outras entidades da sociedade civil, esteve presente no Congresso pressionando para que os recursos destinados ao enfrentamento das desigualdades de gênero e raça fossem garantidos.
A entidade sugeriu ao todo 16 emendas ao Projeto de Lei Orçamentária deste ano. Entre as aprovadas, estão medidas importantes e aumentos orçamentários consideráveis, como no caso da ação de Apoio a Serviços Especializados no Atendimento as Mulheres em Situação de Violência - que antes contava apenas com pouco menos de R$ 7 milhões e na Lei aprovada no Congresso conta agora com quase R$ 21 milhões.
De acordo com a consultora Célia Vieira, do Cfemea, o sistema orçamentário brasileiro é composto por três instrumentos principais: a Lei Orçamentária Anual (LOA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o Plano Plurianual (PPA). Todos esses instrumentos são elaborados pelo Poder Executivo e encaminhados para o Legislativo, que pode modificar ou não a proposta inicial. Celia explica que é nesta etapa que entra a necessidade de ação de movimentos sociais e fiscalização da sociedade civil brasileira.
Por fim, as propostas retornam para o Executivo que pode sancionar ou não essas novas alterações. É aí que também podem ocorrer algumas perdas essenciais. Depois de ter garantido que os recursos destinados ao enfrentamento da violência contra as mulheres seriam protegidos do contigenciamento, ou seja, seriam executados necessariamente pelo Executivo ao longo do ano, o presidente Lula vetou esse ponto na Lei.
“Por causa da necessidade de gerar superávit primário, mesmo com o Congresso aprovando R$ 23,3 milhões, não tem a obrigação de executar. Ele não pode fazer o que está fora do Orçamento, mas o que está no Orçamento ele não é obrigado a fazer”, explica Célia. “A nossa primeira missão agora é conseguir que esse veto caia e que a lei possa de fato ser cumprida”, diz.
Segundo ela, a questão orçamentária é fundamental para a realização das políticas públicas e a transparência das contas públicas ainda é uma ficção. No entanto, acha que a sociedade vem participando mais nos últimos anos do processo orçamentário. “Tem havido um avanço por parte dos movimentos sociais no sentido de se apoderar dessas ações e de cobrar mais transparência e poder de interferência nesse processo”, avalia.

terça-feira, janeiro 23, 2007

Conselho de Medicina regulamenta uso da pílula do dia seguinte

O Conselho Federal de Medicina resolveu aceitar o uso do chamado anticoncepcional de emergência, apelidado de pílula do dia seguinte, e publicou resolução para regulamentar a aplicação do método.
De acordo com a resolução, publicada no último dia 17 de janeiro, o anticoncepcional de emergência será utilizado como método alternativo para a prevenção da gravidez, por não provocar danos ou interrupção da mesma.
Cabe ao médico a responsabilidade pela prescrição do medicamento, que é tomado depois da relação sexual, a fim de impedir o impacto negativo da gravidez não planejada e suas conseqüências na Saúde Pública.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

domingo, janeiro 14, 2007

Yeda não me representa(parte III)

Questão de estética
Para surpresa dos secretários que se preparavam para tirar a foto do grupo na tarde de sexta-feira, nas escadarias do Palácio Piratini, a governadora Yeda Crusius pediu um tempo antes do clic. Para passar batom. Como não tinha o seu Dior à mão, pediu emprestado o batom de uma assessora e maquiou cada uma das secretárias. Na foto, a secretária da Cultura, Mônica Leal, recebe os cuidados da governadora, enquanto os homens aguardam pacientemente que o grupo feminino,Cuidadosa com a imagem, a governadora evita ser fotografada sem batom.

Comentando: Esta foto saiu na zero Hora do Domingo passado, dia 7/1, uma cena lamentavél, onde expõe as mulheres apenas a futilidades..infelizmente é isso que sai no jornal sobre as mulheres da política do nosso Estado, preocupação com batom...

quarta-feira, janeiro 10, 2007

domingo, janeiro 07, 2007

A cerveja e o assassinato do feminino

Há muitas formas de se assassinar uma mulher: revólveres, facas, espancamentos, cárcere privado, torturas contínuas. Mesmo com um ativismo feminista que tem pautado a violência contra as mulheres como uma das piores mazelas nacionais, a estrutura hierarquizada das relações entre os gêneros resiste, revelando-nos que há múltiplas fontes que alimentam o ódio ao feminino.
Como não ficar estarrecida com a reiterada violência contra as mulheres nos comerciais de cerveja? Com raras exceções, a estrutura dos comerciais não muda: a mulher quase desnuda, a cerveja gelada e o homem ávido de sede. As campanhas são direcionadas para o homem, aquele que pode comprar.
Alguns exemplos: uma mulher faz uma pequena dissertação sobre a cerveja para uma audiência masculina, incrédula de sua inteligência. Logo o mal-entendido se desfaz: claro, uma mulher não poderia saber tantas coisas se tivesse como mentor um homem; a mulher é engarrafada, transformada em cerveja; um mestre obsceno infantiliza e comete assédio moral contra uma discípula; ela é a BOA. Quem? O quê? A mulher ou a cerveja?
Todos os comerciais são de cervejas diferentes e estão sendo exibidas simultaneamente. Nesses comerciais não há metáforas. A mulher não é ‘como se fosse a cerveja’: é a cerveja. Está ali para ser consumida silenciosamente, passivamente, sem esboçar reação, pelo homem. Tão dispensável que pode, inclusive, ser substituída por uma boneca sirigaita de plástico, para o júbilo de jovens rapazes que estão ansiosos pela aventura do verão.
Se já criminalizamos alguns discursos porque são violentos, não é possível continuarmos passivamente consumindo discursos misóginos a cada dia, como se o mundo da televisão não estivesse ligado ao mundo real, como se as violências ali transmitidas tivessem fim no click do controle remoto. Embora a matéria-prima para elaboração desses comerciais esteja nas próprias relações sociais, nas performances ali apresentadas há uma potencialização da violência. Não há uma disjunção radical entre violência simbólica e física. Há processos de retroalimentação.
A força da lei já determinou que os insultos racistas conferem ao emissor a qualidade de racista. Também caminhamos para a criminalização da homofobia em suas múltiplas manifestações, inclusive dos insultos. Por que, então, devemos continuar repetidas vezes ao longo do dia a escutar ‘piadas’ misóginas, alimentando a crença na superioridade masculina sem uma punição aos agressores?
Sabemos da força da palavra para produzir o que nomeia, sabemos que uma piada homofóbica, racista, está amarrada a um conjunto de permissões sociais e culturais que autoriza o piadista a transformar o outro em motivo de seu riso. Agora, é incalculável o estrago que imagens reiteradas de mulheres quase desnudas, que não falam uma frase inteligente, que estão ali para servir a sede masculina, invisibilizadas em duas tragadas, provocam na luta pelo fim da violência contra as mulheres.
Da mesma forma que o ‘piadista’ racista e/ou homofóbico acha que tudo não passa de ‘brincadeira’, o marqueteiro misógino supõe que sua ‘obra-prima’ apenas retrata uma verdade aceita por todos, inclusive por mulheres: elas existem para servir aos homens. E como é uma verdade aceita por todos, por que não brincar com ela? Ou seja, nessa lógica, ele não estaria fazendo nada mais do que reafirmar algo posto. Será? Não é possível que defendam aquela sucessão de imagens violentas como ‘brincadeiras’. Essa ingenuidade não cabe a alguém que sabe a força da imagem para criar desejos.
O que pensam os formuladores dos comerciais? Que tipo de mulheres habita seus imaginários? Por que há essa obsessão pelos corpos femininos? Será que eles ainda pensam que as mulheres não consomem cerveja? Não se trata de negar a mulher-consumível, coisificada, pela mulher consumidora, mas de apontar os limites de uma estrutura de comercial que peca inclusive em termos mercadológicos.
Tal qual o assassino que matou sua esposa acreditando que sua masculinidade está ligada necessariamente à subordinação feminina, a cada gole de mulher, o homem sente-se, como em um ritual, mais homem. Conforme ele a engole, ela desaparece de cena para surgir a imagem de um homem satisfeito, feliz; afinal, matou sua sede. É um massacre simbólico ao feminino. É uma violência que alimenta e se alimenta da violência presente no cotidiano contra as mulheres.
BERENICE BENTO é doutora em sociologia, pesquisadora associada do Departamento de Sociologia da UnB e autora do livro ‘A Reinvenção do Corpo: sexualidade e gênero na experiência transexual’

terça-feira, janeiro 02, 2007

Referendo em Portugal

2007 fica marcado pela realização do referendo sobre o aborto

O ano de 2007 vai ficar marcado pela realização do referendo sobre o aborto, a campanha vai decorrer entre 30 de Janeiro e 9 de Fevereiro. Nesta jornada informativa de 3ªfeira vamos conhecer o envolvimento que os partidos, a nível regional, pretendem ter nesta campanha.
O ano de 2007, que ainda agora começou, vai ficar marcado pela realização, no dia 11 de Fevereiro, do referendo sobre o aborto. A campanha, que vai ser dinamizada por apoiantes do Sim e do Não, vai decorrer entre 30 de Janeiro e 9 de Fevereiro.
Esta é a segunda vez que os portugueses vão ser chamados para se pronunciarem sobre esta matéria. Recorde-se que em 1998 realizou-se um referendo, o Não ganhou mas a participação dos eleitores nem sequer chegou aos 50%.
Na comunicação que fez ao país para anunciar a realização do referendo, o Presidente da República, deixou o apelo para que a campanha seja uma oportunidade para que se realize um debate sério, informativo e esclarecedor para todos aqueles que irão ser chamados a decidir uma matéria tão sensível como esta. Cavaco Silva defendeu ainda que “os partidos e movimentos da sociedade civil disponham de tempo e condições para se organizarem e mobilizarem de modo a poderem manifestar e divulgar as suas ideias e convicções».
Nesta jornada informativa de 3ªfeira vamos conhecer o envolvimento que os partidos, a nível regional, pretendem ter nesta campanha.

José Catalino, responsável da DORBE do PCP, afirmou que o partido vai ter uma participação activa no esclarecimento, estão previstas sessões em todos os concelhos do distrito e no próximo dia 21 uma grande iniciativa com Jerónimo de Sousa.
Pita Ameixa, presidente da Federação do Baixo Alentejo do PS, afirmou que o seu partido vai empenhar-se para que o SIM ganhe. Pita Ameixa considerou que a campanha deve ser feita por “cidadãos” organizados e recordou a disponibilidade demonstrada pelas “mulheres socialistas do Baixo Alentejo em integrar “os movimentos a favor da despenalização”.
Amílcar Mourão, presidente da Distrital de Beja do PSD, considerou que se trata de uma matéria do foro íntimo da Mulher, por isso, não vai existir nenhuma posição oficial nem a favor do SIM nem a favor do NÃO. Cada um que decida se quer ou não envolver-se na campanha.
Lourenço Féria, responsável em Beja do CDS/PP, afirmou que na campanha não haverá envolvimento directo do partido, os dirigentes e militantes é que decidem se devem ou não integrar movimentos que dinamizem a campanha.
Alberto Matos, dirigente do Bloco de Esquerda em Beja, considerou que embora a campanha não seja exclusivamente partidária, é evidente que os partidos têm um papel importante na mobilização dos cidadãos. Ainda de acordo com Alberto Matos um dos pontos altos da campanha do BE nesta região é a participação de Francisco Louçã numa iniciativa a realizar no próximo dia 31.