quarta-feira, outubro 25, 2006

Uma opinião..

A triste vingança da mulher pós-moderna
Marcelo Cabral
Estava caminhando pela cidade num fim de tarde bonito de inverno e resolvi comprar flores para a mulher que me encanta. Descolei umas rosas equatorianas, grandes e vermelhas, era uma coisa linda de se ver. Quando nos encontramos mais tarde em sua casa, por acaso estava uma amiga dela do escritório que veio nos visitar.
Não esqueço a cara da amiga, estupefata, parecia que eu tinha dado uma ogiva nuclear pra minha menina, em vez de rosas tropicais. Na noite seguinte, fiquei sabendo que ela comentou a “cena das flores” com as outras mulheres no escritório, das dez que ouviram o causo, nove comentaram “que estranho, flores, isso não existe, deve ser um sociopata esse cara”, e só uma disse “que legal, adoro receber flores”.
Achei que fosse normal. Não é não?
Pois é, esse mundo pós-moderno.

A guerra dos sexos atingiu o auge nesses tempos de crise de fim/começo de século, os homens dessas gerações estão sofrendo a vingança vetorial histórica das mulheres por todo o tempo de submissão e maldade machista dos primórdios da nossa sociedade, que moldaram toda a nossa cultura,pêniscentrista total.Daí veio a revolução sexual, queimem os sutiens e vendam calcinhas em outdoors, causando acidentes de trânsito desnecessários.
Não sei, está tudo errado, deixa dessa.

As mulheres pós-modernas, com seus cabelos curtos e roupas pretas, e saltos altos, etc, descobriram que o certo é pisar no pescoço dos homens com seus saltos agulha, e observar nosso sangue jorrar da jugular com um deleite vampiresco. Bordões como “os homens são todos iguais”, “merecem é isso mesmo” e coisas assim já estão enchendo o saco, de verdade.
Olha só o que eu tive que ouvir quando estava com um amigo no balcão do Verdinho, um desses bares que tem outro nome na verdade, mas você e seus amigos chamam do jeito que querem. Duas meninas estavam numa mesa próxima, e uma dizia pra outra “cara, esse Vinicius é muito machista meu, ele diz para a mulher ir com ele em seu caminho mesmo que o caminho dele seja triste pra ela, muito machista meu”.
O Vininha!!! Deixa dessa.
No mais, ele só está avisando que a vida dele não é nenhum mar de rosas certo? Venha se quiser. Ele só está avisando ora! Sujeito honesto o Vininha.
Nas grandes cidades, a guerra dos sexos, sobretudo na balada, em uma cidade como São Paulo, por exemplo, é uma coisa medonha, os homens são agressivos ativos e as mulheres agressivas passivas, eles puxam o cabelo, elas rosnam e escancaram os dentes, sério que parece coisa de matilha, horrível isso.
Abaixo os sexismos! Chega de “homem é tudo igual”, ou de “todas as mulheres são assim”.

Veja bem, é como quem diz que gosta ou não gosta de cachorro, ou de criança, por exemplo. Não é assim que funciona, tem criança legal e tem criança chata, tem cachorro que é gente boa e tem cachorro que é sacana.
Bom lembrar que, se as mulheres andam um tanto frias, cruéis e defensivas nesses tempos, isso deve ser culpa dos homens mesmo, afinal, estamos no século XXI, e nada justifica certos comportamentos neandertais.
Claro, posso estar errado, ou sou apenas um tolo romântico, mas acho que dá pra conviver e viver melhor com nossas diferenças de gênero, seja como for, ela adorou as flores, e fiquei bem feliz com isso.
Marcelo Cabral é jornalista, compositor, ambientalista e colecionador de gibis velhos

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