Por Angélica Fernandes,
Um dia após eleições, a apresentadora da Rede Globo de Televisão apresentou o seu programa matinal vestida de preto. Não sei se foi intencional, mas durante todo o processo eleitoral a apresentadora apresentou-se como uma feroz defensora da mudança do comando do Brasil. Nunca mencionou diretamente sua preferência, mas nem precisava, pois ao levar sempre em seu programa muitos daqueles "indignados" com os escândalos, já anunciava que o país precisaria de outro presidente. Foi assim que se apresentou, por exemplo, Cristiane Torloni e outros artistas proibidos pela mesma emissora de participar de qualquer ato eleitoral este ano. Mesmo numa importante matéria produzida pela afiliada da emissora em Pernambuco, que apresentava um especial sobre a violência contra mulher - afinal, o estado é campeão neste quesito - e que apontava os avanços da Lei Maria da Penha (que prevê cadeia para os agressores e os Centros de Referências de Atenção à Mulher mantidos com a ajuda do governo federal), Ana Maria Braga disse que ainda era muito pouco o que o governo federal fazia. Mas nenhum outro antes houvera feito algo nesta direção.
Mostrando total desconhecimento sobre as políticas públicas do governo Lula dirigidas para as mulheres outros setores historicamente excluídos da população, a apresentadora global tomou um susto ao saber da existência, no governo federal, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Desconhecimento - ou descaso - naquele momento, não vinha ao caso. O fato é que, nesse governo, além da importância simbólica que o presidente Lula sempre destaca, a criação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres representou um avanço concreto, porque nos oito anos de FHC não existia nenhum espaço institucional relevante, capaz de propor e articular políticas públicas - o que, aliás, é o que ocorre na maioria dos governos não comandados pelo PSDB. Quero aqui voltar ao luto. Ana Maria Braga e grande parte da imprensa quiseram eleger o presidente da República no grito, esquecendo que entre a vontade deles e da influência exercida em seus espaços midiáticos existe a vontade da grande maioria povo. Portanto, é importante lembrar que a vitória numericamente expressiva da candidatura Lula não é qualquer vitória. Essa vitória é - para além do carisma pessoal o Presidente -, a vitória de um debate programático e ideológico há muito tempo secundarizado na pauta desse país. Trata-se do debate sobre o modelo econômico. Sobre as privatizações e desmonte do Estado nacional e dos governos estaduais - onde o povo é chamado a pagar a conta da "eficiência" privatista tucana, o famoso "choque de gestão". O que houve foi um debate programático, pois no segundo turno foi necessário explicitar as diferenças e ficou claro que nosso projeto é não superar o neoliberalismo, o discurso privatista, a política de Estado mínimo. Nosso projeto leva em consideração a maioria do povo, porque propõe crescimento e distribuição de renda. Esses são os eixos do nosso modelo, junto com uma nova política externa, que resgata nossa soberania. O que Ana Maria Braga não consegue ver é o depoimento de milhões de brasileiros e brasileiras que, apesar de jogo pesado da mídia, resolveram afirmar, como muitos que votaram em Heloisa Helena e Cristóvão Buarque no primeiro turno, que não queremos retrocessos, que não queremos no Brasil a volta da política praticada nos tempos de FHC nem levar a tragédia social do governo Alckmin para o resto do país. "
Então as eleições acabaram, Lula teve mais de 58 milhões de votos, e Alckmin - preferido pela imprensa acostumada a eleger e derrubar presidentes - teve 2, 4 milhões a menos de votos que no primeiro turno. Assim, quando assisti Ana Maria Braga não em seu programa e ouvi os comentários que fez junto com outros comentaristas da Globo, somente pude concluir que o vestido preto - bem cortado e caro -, se tratava de um sinal de luto. Luto pelo PSDB, pelo projeto das elites, pelos interesses do "andar de cima", derrotados. Mas, o Brasil e o povo brasileiro não estão de luto.Para nós, que acreditamos em um segundo governo Lula superior ao primeiro, o próximo período se constituirá em um momento muito rico. O Partido dos Trabalhadores, os movimentos sociais e as demais forças do campo democrático popular terão um peso significativo na disputa das orientações políticas e programáticas neste segundo mandato. Defenderemos uma política econômica que privilegie o crescimento, o mercado interno, os juros baixos e fortes investimentos em infra-estrutura e políticas sociais. Assim, a desigualdade social diminuirá e a maioria, diferentemente da apresentadora não da Globo, estará em festa.
Mostrando total desconhecimento sobre as políticas públicas do governo Lula dirigidas para as mulheres outros setores historicamente excluídos da população, a apresentadora global tomou um susto ao saber da existência, no governo federal, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Desconhecimento - ou descaso - naquele momento, não vinha ao caso. O fato é que, nesse governo, além da importância simbólica que o presidente Lula sempre destaca, a criação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres representou um avanço concreto, porque nos oito anos de FHC não existia nenhum espaço institucional relevante, capaz de propor e articular políticas públicas - o que, aliás, é o que ocorre na maioria dos governos não comandados pelo PSDB. Quero aqui voltar ao luto. Ana Maria Braga e grande parte da imprensa quiseram eleger o presidente da República no grito, esquecendo que entre a vontade deles e da influência exercida em seus espaços midiáticos existe a vontade da grande maioria povo. Portanto, é importante lembrar que a vitória numericamente expressiva da candidatura Lula não é qualquer vitória. Essa vitória é - para além do carisma pessoal o Presidente -, a vitória de um debate programático e ideológico há muito tempo secundarizado na pauta desse país. Trata-se do debate sobre o modelo econômico. Sobre as privatizações e desmonte do Estado nacional e dos governos estaduais - onde o povo é chamado a pagar a conta da "eficiência" privatista tucana, o famoso "choque de gestão". O que houve foi um debate programático, pois no segundo turno foi necessário explicitar as diferenças e ficou claro que nosso projeto é não superar o neoliberalismo, o discurso privatista, a política de Estado mínimo. Nosso projeto leva em consideração a maioria do povo, porque propõe crescimento e distribuição de renda. Esses são os eixos do nosso modelo, junto com uma nova política externa, que resgata nossa soberania. O que Ana Maria Braga não consegue ver é o depoimento de milhões de brasileiros e brasileiras que, apesar de jogo pesado da mídia, resolveram afirmar, como muitos que votaram em Heloisa Helena e Cristóvão Buarque no primeiro turno, que não queremos retrocessos, que não queremos no Brasil a volta da política praticada nos tempos de FHC nem levar a tragédia social do governo Alckmin para o resto do país. "
Então as eleições acabaram, Lula teve mais de 58 milhões de votos, e Alckmin - preferido pela imprensa acostumada a eleger e derrubar presidentes - teve 2, 4 milhões a menos de votos que no primeiro turno. Assim, quando assisti Ana Maria Braga não em seu programa e ouvi os comentários que fez junto com outros comentaristas da Globo, somente pude concluir que o vestido preto - bem cortado e caro -, se tratava de um sinal de luto. Luto pelo PSDB, pelo projeto das elites, pelos interesses do "andar de cima", derrotados. Mas, o Brasil e o povo brasileiro não estão de luto.Para nós, que acreditamos em um segundo governo Lula superior ao primeiro, o próximo período se constituirá em um momento muito rico. O Partido dos Trabalhadores, os movimentos sociais e as demais forças do campo democrático popular terão um peso significativo na disputa das orientações políticas e programáticas neste segundo mandato. Defenderemos uma política econômica que privilegie o crescimento, o mercado interno, os juros baixos e fortes investimentos em infra-estrutura e políticas sociais. Assim, a desigualdade social diminuirá e a maioria, diferentemente da apresentadora não da Globo, estará em festa.
Angélica Fernandes, Diretório Nacional do PT Coletivo nacional de mulheres do PT Secretária Estadual de Formação Política do PT-SP.
Um comentário:
Acho que ficou pior pra ela, já que mais da metade das brasileiras votaram no Lula!
Postar um comentário